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Capital

Em meio a disputa, Bolt pode precisar de R$ 400 por mês para ser tratado

João Humberto | 23/05/2016 18:29
Cão Bolt, rebatizado de Thor, pode estar com a doença do carrapato e leishmaniose não é descartada (Foto: Silas Lima)
Cão Bolt, rebatizado de Thor, pode estar com a doença do carrapato e leishmaniose não é descartada (Foto: Silas Lima)

De um lado, a dona do cão Bolt afirma ter pegado o animal em péssimas condições e estar tratando de sua saúde. Do outro, as mulheres que o resgataram não querem de jeito nenhum que ele retorne para a casa da jovem Micaely Gomes Ferreira, 19 anos, no bairro Jardim Los Angeles. Enquanto isso, a conta do tratamento do cachorro já soma R$ 815,00 na Clinivet e, como corre risco de ter leishmaniose e erliquiose (doença do carrapato), quem ficar responsável por ele terá que desembolsar cerca de R$ 400,00 por mês.

Em contato com a médica veterinária Ana Lúcia Salviatto Andrade, proprietária da Clinivet, local em que Bolt (agora Thor) está internado, a reportagem do Campo Grande News recebeu a informação de que o exame de hemograma apontou anemia e plaquetas baixas, que configuram doença do carrapato. Sangue para o teste de leishmaniose foi coletado, só que fica pronto na semana que vem, contudo, há grandes chances de o resultado ser positivo.

Ana Lúcia disse que, embora o teste para a doença do carrapato não tenha sido feito em decorrência do valor (R$ 150,00), tratamento já vem sendo feito por meio de antibióticos e vitaminas, uma vez que o peso do animal é de 17 quilos. “Por ser um cão de porte igual a pit bull, ele teria que pesar 27 quilos”.

Caso sejam confirmadas a doença do carrapato e a leishmaniose, tratamento de R$ 400 mensais deverá ser bancado por quem se responsabilizar pelo cachorro. “O tratamento é caro e a pessoa que ficar com ele deve ter condições para arcar com gastos de antibióticos, ração super premium que custa na faixa de 200 reais, entre outros”, ressalta Ana Lúcia.

Na residência em que Bolt estava, a dona improvisou casinha com lona, mas comprou tijolos para construir uma nova para o cão que teria chegado mal cuidado (Foto: Alcides Neto)
Na residência em que Bolt estava, a dona improvisou casinha com lona, mas comprou tijolos para construir uma nova para o cão que teria chegado mal cuidado (Foto: Alcides Neto)

Condições precárias – A diarista Regiane Rodrigues, 21 anos, foi a responsável pela divulgação do caso. Ela contou que ouvia muitos latidos do cão e subiu no muro da casa de Micaely, quando o avistou em condições precárias e decidiu compartilhar uma foto da situação em sua página no facebook. Duas horas depois, mais de duas mil pessoas haviam comentado o post.

Quando viu a publicação, a estudante de direito Danielly Fortilho, 29 anos, que integra grupo de resgate de animais abandonados, foi até a casa de Micaely e socorreu Bolt com a ajuda de outras pessoas. O animal foi levado até a Clinivet, no bairro Vila Glória, e o tratamento é bancado pela professora Bruna Rajão, 29 anos.

Micaely registrou boletim de ocorrência contra Danielly na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) por invasão a domicílio. No entanto, Regiane foi ontem (19) até a delegacia e rebateu as acusações, dando sua versão dos fatos. Nesta segunda-feira (23), ela foi até a Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e de Proteção ao Turista) tentar registrar BO contra Micaely por maus tratos.

A dona de Bolt, hoje batizado com o nome de Thor, já falou à reportagem que o pegou de um caminhoneiro que não tinha tempo para cuidar do animal e há duas semanas estava cuidando dele. Ela relatou que comprou tijolo e cimento para construir uma casa e fez uma improvisada de lona para o bicho não tomar chuva.

Hoje ela teria que ir buscar o animal na clínica, mas até o fechamento dessa matéria ainda não tinha ido. Segundo Regiane, Micaely só levará o cachorro mediante autorização judicial, já que está sendo acusada por ela de maus tratos.

Rifa – Bruna, que banca o tratamento de Thor, afirma que está coletando dinheiro por meio de rifas e colaboração de amigos próximos. Quem quiser ajudar nas despesas do cachorro na clínica veterinária, pode ligar para ela no celular (67) 9248-9228, ir até a Clinivet (rua Rui Barbosa, 1.218) e entregar qualquer quantia para tratamento de Thor ou depositar dinheiro em sua conta corrente do Banco do Brasil (agência 3321-9, conta 150936-2) em nome de Bruna Souza David.

A veterinária Ana Lúcia relatou que Thor já foi submetido a exame toxicológico que apontou problemas neurológicos, afinal, o animal costuma latir para a própria sombra e morder o rabo. “Ele precisa de muita atenção e quem ficar com ele deverá estar ciente dos gastos com o tratamento”, conclui.

Até o fechamento dessa matéria, Micaely não tinha ido à Clinivet buscar Bolt, agora Thor.

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