Em MS, chance de ser morta é 34% maior para mulheres negras
Estudo mostra que negras tem 1,36 vezes mais chances de serem assassinadas no Estado
Mulheres negras de 15 a 29 anos correm 34% mais risco de serem assassinadas que mulheres brancas, na mesma faixa etária, em Mato Grosso do Sul. O dado foi divulgada nesta segunda-feira (11) pelo Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ) 2017.
O IVJ 2017 traz dados de 2015 e foi elaborado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), pela Secretaria Nacional de Juventude da Presidência da República e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em Mato Grosso do Sul, as chances de mortes violentas contra mulheres negras, em relação às brancas, é de 1,36 maior. A taxa de homicídios para as negras por 100 mil habitantes é de 7,1, enquanto para as brancas fica em 5,3. O número deixa o Estado entre os que registram as menores diferenças do país.
O estudo analisou indicadores de mortalidade por homicídios, de mortalidade por acidentes de trânsito, de frequência à escola e situação de emprego, de pobreza e de desigualdade, entre a faixa etária de 15 a 29 anos, e comprovou que em 26 unidades da federação a taxa de homicídios é maior entre as mulheres negras do que entre as mulheres brancas.
No topo da lista está o Rio Grande do Norte, onde as jovens negras têm 8,11 mais chances de serem assassinadas em relação às jovens brancas, seguido do Amazonas (6,97) e da Paraíba (5,65). No Maranhão e em Tocantins as diferenças de risco de uma jovem negra e uma branca sofrer homicídio são as menores registradas no estudo.
O Paraná é o único estado da Federação onde mulheres jovens brancas correm mais risco de serem assassinadas do que as jovens negras. As estatísticas apresentadas pelo índice serão utilizadas para embasar o Novo Plano Juventude Viva, da Secretaria Nacional de Juventude, com ações de inclusão social e autonomia para os jovens de 15 a 29 anos.