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Capital

Em outra confusão com a PM, guardas municipais vão parar em delegacia

Em fevereiro, a prisão de um agente da GM virou denúncia contra coronel da PM; desta vez, guardas são acusados de abuso de poder

Anahi Zurutuza | 18/09/2019 10:51
Em vídeo, guarda aparece conversando com PM após a abordagem do coronel (Foto: Reprodução)
Em vídeo, guarda aparece conversando com PM após a abordagem do coronel (Foto: Reprodução)

Não é a primeira fez que guardas municipais e policiais militares "se estranham" e mais uma confusão entre as duas categorias terminou na delegacia. Desta vez, os agentes da Guarda Civil Municipal são acusados pela PM (Polícia Militar) de usurpação da função pública, ameaça, abuso de poder e constrangimento ilegal.

Tudo aconteceu na noite desse sábado (14). Guardas haviam abordado dois homens, de 21 e 37 anos, no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 13 de Maio, quando equipe do 1º Batalhão da PM, responsável pelo policiamento da região central, se aproximou.

Boletim de ocorrência foi registrado pelo tenente-coronel Claudemir de Melo Domingos, comandante do 1º BPM. Na versão dos PMs, os dois homens estavam há mais de 15 minutos recebendo ameaças dos guardas.

Os servidores teriam dito que não era para a dupla ficar ali no Centro cuidando de carros e pedindo dinheiro. Disseram ainda, conforme o relato do coronel no registro, que a primeira abordagem seria “de boa”, mas que numa segunda vez, iriam apanhar. Na denúncia consta ainda que os guardas ameaçaram atirar nas pernas dos homens.

O coronel narra ainda que questionou o porquê da abordagem, uma vez que os dois homens não estavam com nada ilícito, nem praticando crimes e nem em atitude suspeita.

No relato da PM, o guarda Bruno Alex Terêncio de Oliveira respondeu que eles poderiam fazer esse tipo de abordagem e Marcelo Adonis Terêncio Moreira, chefe da equipe da GM, questionou “quem é você?”.

Claudemir Domingos diz que se identificou como o comandante da área e que mesmo assim, um dos guardas empunhou uma arma para intimidá-lo. O coronel relata ainda que no momento da ocorrência várias viaturas da Guarda chegaram ao local freando bruscamente, “como se pudesse impedir que os atos legais da autoridade policial militar fossem realizados”.

Foi quando o PM diz ter dado voz de prisão aos agentes. O tenente-coronel anotou ainda que tem tudo filmado.

O vídeo abaixo foi gravado por um dos guardas e mostra trecho da discussão. “Tá insuportável isso aí, a gente tá dando o maior apoio aqui na área central, era uma abordagem padrão. A gente já não está mais aguentando isso”, reclama um servidor para uma policial militar. Veja:

Outro lado – Na versão da Guarda Municipal, a equipe estava fazendo o patrulhamento da região central para impedir o furto de fios de cobre e a depredação da obra de revitalização da 14 de Julho. Os guardas então abordaram “dois moradores de rua que estavam pedindo dinheiro aos motoristas” na Afonso Pena - os homens abordados declararam à polícia que são pedreiros.

Enquanto era feita a checagem da dupla no sistema policial, o coronel Claudemir, conforme relataram os guardas no boletim de ocorrência, “atravessou a rua correndo, quase sendo atropelado, e abordou os mesmos dois indivíduos”.

Os servidores contaram ainda que não sabiam que se tratava de um policial, porque o comandante do 1º BPM estava de bermuda, camiseta e chinelo e foi quando começou a confusão (no vídeo acima ele aparece de bermuda amarela).

O coronel admite que estava sem farda e alega que estava em viatura descaracterizada, junto com agentes do serviço reservado da PM, justamente para coibir caso de abuso de autoridade no Centro, uma vez que não é a primeira vez que recebe denúncias do tipo.

Claudemir Domingos reclama ainda que o fardamento dos guardas é muito parecido com a da PM, o que dificulta que as pessoas saibam qual força de segurança denunciar.

Em fevereiro - A prisão de um guarda municipal virou denúncia contra o mesmo PM em fevereiro deste ano. O pedido de apuração foi enviado à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), à Câmara Municipal e ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pela Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social).

Toda a história começou no primeiro dia daquele mês, com o roubo de duas bicicletas no Parque das Nações Indígenas, uma delas do filho do coronel. A bicicleta foi parar na sede da GM e ali houve a confusão entre um guarda e o PM. O civil acabou preso. 

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