Em tempos de crise, ceia de Ano Novo será do tipo "junta pratos"
Para garantir a festa, os campo-grandenses estão “juntando as panelas”, somando as bebidas e fazendo da ceia um piquenique
Em tempos de crise financeira com a alta do preço da carne, os campo-grandenses estão fazendo da ceia de Ano Novo uma espécie de festa americana. Cada convidado leva o prato de comida e a bebida. É uma alternativa para garantir que a virada de ano não passe “em branco”, a não ser nas roupas.
A movimentação em alguns mercados da cidade começou cedo. Por volta das 7h, a aposentada Cecília Luiza Lima, de 70 anos, já estava em busca dos últimos ingredientes para o jantar. “Compro o mínimo e não incremento muito, não”, diz sobre a ceia simples que costuma fazer enquanto espera a visita dos filhos e neto. Segundo Cecília, as visitas auxiliam em tudo. Desde a escolha até a preparação dos pratos.
Na casa da vendedora Mara Cristina Lourenço, de 46 anos, as visitas também ajudam levando uma refeição cada. “São umas 20 pessoas. Cada um leva um pouco e vamos juntando as panelas”, conta.
O aposentado Pedro Gentili, de 81 anos, também estava comprando itens para o jantar, mas conta não ser uma preocupação na casa dele. “Minha família não liga muito para a Virada. É uma janta simples, um momento para estar junto”.
Declaração semelhante foi dada pela também aposentada Maria de Fátima dos Santos, de 64 anos, ao escolher produtos no Mercadão. “Não ligamos muito para a virada, lá em casa o importante é o Natal”, disse. Isto não quer dizer indiferença porque ao menos um jantar simples ela vai fazer “junto com os amigos, o irmão e o marido”.
Sobre o preço dos produtos, Maria diz estar “tudo caro!. A carne está cara, mas mesmo assim não vou ficar sem”. Como cozinhar não está entre as características da aposentada, ela diz ter a função de ajudar. “Estou levando uma peça de carne e torresmo”. Os outros participantes da festa devem levar outras refeições.
Para garantir a carne do churrasco, o auxiliar de escritório Emerson Sumida, de 29 anos, fica em busca de promoções. Ele compra uma peça em cada lugar e por não saber escolher tão bem assim vai sempre acompanhado do pai. No Mercadão, ele foi encomendar 6 quilos de carne de porco para buscar posteriormente. Ao todo, 20 pessoas devem participar da festa da família Sumida.
A operadora de caixa Simone Toledo, de 45 anos, espera ao menos 40 pessoas para a virada do ano, todos da família. “Cada um vai levar um prato e vamos ajudar na carne porque está cara”. Os itens comprados no Natal e que ainda não foram usados ou sobraram também devem ajudar na ceia de Ano Novo.