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Capital

Em tempos de violência, dom Dimas alerta para glamourização do mal

A CNBB convocou dias de orações para o Brasil nesta quinta-feira

Aline dos Santos e Renata Volpe Haddad | 15/06/2017 10:21
Em tempos de violência, dom Dimas alerta para glamourização do mal
Dom Dimas percorreu hospital, incluindo setor infantil. (Foto: Marcos Ermínio)

Num dia de reflexão e visita a hospitalizados e encarcerados, o bispo de Campo Grande, dom Dimas Lara Barbosa, faz um alerta sobre a glamourização do mal, que, por vezes, tem mais ibope do que o bem e obras de caridade.

“Existe uma expressão, que já vem de Hannah Arendt, pensando no pós-guerra: a banalização do mal. Hoje, muitas vezes, o mal é cometido com muito glamour, holofotes e mídias. Muito mais do que boas obras de caridade”, afirma dom Dimas.

Para ele, um exemplo é o fascínio que as crianças têm por criminosos em áreas de vulnerabilidade social e marcadas pela violência.

“Criança quer ser bandido quando crescer, não é que elas sejam más. Mas ela conhece. O cara é o dono do pedaço, têm influência, poder, dinheiro, todas as a mulheres que ele quer, é repeitado ou temido. A possibilidade de as crianças e adolescentes se inspirarem nesses modelos é muito real. De novo, existe a glamourizaçao do mal. Nós queremos ser o reverso dessa medalha, mostrar que a comunidade agindo junto pode mudar as coisas”, diz o bispo.

Nesta quinta-feira (dia 15), feriado de Corpus Christi, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) convocou orações para o Brasil. Também hoje, o Santíssimo Sacramento é levado para 14 hospitais no Estado.

Em Campo Grande, o bispo e dois padres percorreram a Santa Casa. A ação também é realizada em Uneis (Unidade Educacional de Internação), presídios, asilos e comunidades perto do lixão. “Lugares onde a dignidade da pessoa humana muitas vezes é colocada à prova ou é desrespeitada”, afirma dom Dimas. Para o dia da celebração, ele lembra que fé sem obras é morta.

Diretor-presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Esacheu Nascimento afirma que a visita leva Deus a quem mais precisa. “Seja para os pacientes, familiares, acompanhantes, funcionários. Essa colaboração é para quem mais precisa. Temos uma capela, para que acompanhantes e pacientes possam buscar a paz”, diz.

Celebração - A partir das 15h, a expectativa é reunir 20 mil pessoas na celebração religiosa da Igreja Católica. A missa será realizada na esquina da 14 de Julho com a Mato Grosso, onde, em seguida, começa a procissão do Santíssimo Sacramento até a Fernando Corrêa da Costa. Os tapetes de Corpus Christi vão ocupar 1,2 quilômetro da 14 de Julho.

Em tempos de violência, dom Dimas alerta para glamourização do mal
Bispo alerta para a banalização do mal neste dia de Corpus Christi. (Foto: Marcos Ermínio)