Entre adolescentes e adultas, 50 mulheres participam de mutirão para receber DIU
Ação é pontual, mas postos de saúde também oferecem agendamento no dia a dia
Capaz de evitar com 99% de eficácia uma gravidez indesejada, o DIU (Dispositivo Intrauterino) foi a escolha de 50 mulheres que participam nesta sexta-feira (1º) de um mutirão para inserção do método contraceptivo no posto de saúde do Bairro Moreninhas III, em Campo Grande.
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Um mutirão realizado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, atendeu 50 mulheres para inserção de DIU (Dispositivo Intrauterino) na Unidade de Saúde da Família do Bairro Moreninhas III. Entre as participantes, seis eram adolescentes, representando 12% do público total. A ação, coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde, Fiocruz e UFMS, atendeu principalmente mães que não desejam ter mais filhos. O procedimento, que tem 99% de eficácia na prevenção da gravidez, representa economia para os cofres públicos, custando entre R$ 600 e R$ 1.000, enquanto um pré-natal custa em média R$ 5,3 mil.
Dessas, seis são adolescentes. Apesar do tabu sobre sexualidade nessa fase da vida, elas foram encorajadas por profissionais de saúde e, em alguns casos, acompanhadas e apoiadas pelas mães a fazerem o procedimento para evitar uma gestação precoce.
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"A mãe, às vezes, não quer que a filha utilize, tem receio sobre o método. Aí a gente explica na consulta: 'olha, na realidade, quem tem que decidir é a dona do corpo. Ela é quem vai saber o que é mais interessante para ela'", conta o médico de Família e Comunidade, Fabiano Simões, que participa da ação e atende mulheres diariamente na USF (Unidade de Saúde da Família) Judson Tadeu Ribas, no bairro.

As adolescentes representam 12% do público do mutirão desta sexta. Nos termos da saúde reprodutiva, elas estão nessa faixa etária até os 19 anos.
Mas ainda é baixa a procura desse público pelos métodos contraceptivos, segundo Fabiano, embora a maioria das mulheres inicie a vida sexual antes dos 20 anos.
"Não acontece tanto das adolescentes procurarem. A gente observa que elas vêm é para abrir o pré-natal. Por isso, reforçamos a importância de a atenção primária orientar com educação em saúde e fazer ações como a de hoje", afirma o médico.

A prevenção evita prejuízo na vida social e no desenvolvimento de adolescentes e ainda é mais econômica para os cofres públicos, destaca o médico.
"O pré-natal tem um custo médio de R$ 5,3 mil, enquanto os métodos contraceptivos custam de R$ 600 a R$ 1.000. Então, é uma economia muito grande, né?", compara.
Em 2024, Campo Grande registrou taxa de 10,24% das gravidezes acontecendo na adolescência. O número está abaixo da média nacional e vem caindo há 10 anos, segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
Já tem filhos - A maioria das mulheres atendidas durante a ação já são mães e não desejam ter mais filhos. É o caso da dona de casa Ingrid Nataly, 24.
Ela deixou a bebê de dois meses com o pai para ir até a USF e colocar o DIU Mirena, o método indicado a ela. "Fiquei sabendo porque um agente de saúde foi lá em casa e eu comentei que queria evitar uma nova gestação porque meu bebê é muito pequeno. Daí fui encaminhada para cá", diz.
A esposa do atendente de loja de autopeças, Kelvin Ferreira, 24, também optou pelo DIU. Eles já são três desde a chegada do filho, de 9 meses.
Único homem na sala de espera, o companheiro da paciente pediu autorização para chegar mais tarde no trabalho. "Eu vim porque ela pediu companhia e apoio a decisão dela de colocar", relata.
A dona de casa Karolayne Soares, 28, tem dois filhos e é casada. Além de não querer ter o terceiro, ela procurou o DIU de cobre por estar insatisfeita com os efeitos da injeção anticoncepcional mensal. "Mudou muito meu corpo. Tem um ano que não uso, então corri atrás de outro método", diz.

A sobrinha adolescente veio como acompanhante de Karolayne. "Ela veio para me fazer companhia e também porque é bom ela ter esse exemplo, para quando for a hora dela procurar um método para ela", finaliza.
Já, a auxiliar de departamento financeiro Danúbia Vasconcelos, 31, optou pelo DIU Mirena, que libera hormônios apenas no útero. Ela também tem filhos. "Não havia conseguido antes em outro posto de saúde e até pensei em comprar, mas custa R$ 900. Aí soube dessa ação e agora vai dar certo", conta.
O mutirão de inserção de DIU priorizou moradoras de bairros periféricos da Capital e foi coordenado pela Sesau, Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Para atendimento fora da ação, é preciso procurar a unidade de saúde básica mais próxima de casa e agendar uma consulta. Se não houver inserção no local, a equipe fará encaminhamento para outro.
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