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Saúde e Bem-Estar

SUS incorpora DIU hormonal e desogestrel para tratamento de endometriose

As duas terapias hormonais receberam parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia

Por Ângela Kempfer | 09/07/2025 14:02
SUS incorpora DIU hormonal e desogestrel para tratamento de endometriose
Porta com a logomarca do SUS. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Mulheres com endometriose terão outras duas opções de tratamento contra a doença na rede pública: o DIU-LNG (dispositivo intrauterino liberador de levonorgestrel) e o desogestrel.

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O Ministério da Saúde incorporou duas novas opções de tratamento para endometriose no Sistema Único de Saúde (SUS): o DIU-LNG e o desogestrel. O DIU-LNG atua suprimindo o crescimento do tecido endometrial fora do útero, com troca necessária a cada cinco anos, enquanto o desogestrel bloqueia a atividade hormonal e pode ser prescrito na primeira avaliação clínica. A doença, que afeta 10% das mulheres em idade reprodutiva globalmente, apresenta crescimento significativo no Brasil. Entre 2022 e 2024, os atendimentos na atenção primária aumentaram 30%, e na atenção especializada, 70%. A implementação efetiva dos novos tratamentos, no entanto, depende da atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Endometriose.

As duas terapias hormonais receberam parecer favorável da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde) e foram oficialmente incorporadas pelo Ministério da Saúde. Segundo a pasta, o DIU-LNG suprime o crescimento do tecido endometrial fora do útero e torna-se alternativa para pacientes que não podem usar anticoncepcionais orais combinados; a troca do dispositivo é necessária apenas a cada cinco anos, o que tende a melhorar a adesão.

Já o desogestrel, anticoncepcional que bloqueia a atividade hormonal, poderá ser prescrito logo na primeira avaliação clínica, reduzindo dor e freando a progressão da enfermidade até que exames confirmem o diagnóstico.

Apesar da incorporação, os medicamentos só chegarão às prateleiras do SUS após a atualização do PCDT (Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas) da Endometriose, etapa obrigatória para definir quando e como cada tecnologia será ofertada.

A doença, inflamatória e crônica, atinge cerca de 10 % das mulheres e meninas em idade reprodutiva no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o que equivale a mais de 190 milhões de pessoas. No Brasil, o impacto é crescente: na atenção primária, os atendimentos subiram 30 % entre 2022 e 2024, saltando de 115,1 mil para 144,9 mil registros; na atenção especializada, o aumento foi de 70 %, de 31.729 para 53.793 casos no mesmo período. Até as internações avançaram 32 %, passando de 14.795 para 19.554 em dois anos.

O reforço no arsenal terapêutico chega num momento em que sintomas como cólica menstrual intensa, dor pélvica crônica, desconforto nas relações sexuais e até infertilidade arrastam pacientes a um vaivém de consultas e cirurgias.

Para especialistas, incluir o DIU-LNG e o desogestrel no SUS poderá encurtar o caminho até o alívio da dor e reduzir a necessidade de procedimentos invasivos. Resta, agora, a burocracia andar no mesmo ritmo da demanda crescente: sem atualização do protocolo e compra dos insumos, a novidade corre o risco de ficar no papel, enquanto milhares de brasileiras seguem esperando por um tratamento eficaz e acessível.

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