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Capital

Entre exames, consultas e vacina, greve deixou de atender 14,5 mil

Aline dos Santos e Edivaldo Bitencourt | 29/06/2015 16:16
No sábado, população lotou e enfrentou longas filas nas salas de vacina (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
No sábado, população lotou e enfrentou longas filas nas salas de vacina (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

A greve dos profissionais da enfermagem que atendem na rede municipal de saúde chega ao nono dia e afeta, principalmente, o calendário de vacinas e exames. No fim de semana, a prefeitura abriu duas salas de vacinação e o cenário foi de longa espera e muitos saindo sem conseguir a imunização. No setor de vacina e no CEM (Centro de Especialidades Médicas), a paralisação é de 100%. Cerca de 14,5 mil procedimentos deixaram de ser feitos, segundo o município.

“A vacinação está suspensa porque é ambulatorial. É importante, nas não causa prejuízo à criança se houver pequeno atraso. Porque vacina é ação preventiva, profilática”, afirma o representante da Comissão de Negociação dos Trabalhadores da Enfermagem, Hederson Fritz.

Quanto ao CEM, ele explica que há exames que podem ser feitos com suporte do enfermeiro ou diretamente pelo médico. Um exemplo é a endoscopia. Já consultas, como com oftalmologista, endocrinologista ou reumatologistas, não dependem da enfermagem.

Na semana passada, a direção do centro informou que três exames deixaram de ser feitos: eletrocardiograma, eletroencefalograma e exames oftalmológicos.

Nas UBS (Unidade Básica de Saúde) e UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família), a chamada Atenção Básica, a greve só abre exceção em três casos: consultas de tuberculose, hanseníase e gestante com sífilis. “Porque o prejuízo na continuidade prejudica a sociedade”, afirma Fritz.

Nas UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), foi mantido 100% da equipe no atendimento de urgências e emergências. Já os demais pacientes são atendidos por 30% da escala normal de profissionais da enfermagem.

De acordo com o representante da categoria, o serviço de triagem foi mantido nas UPAs. “São verificados os sinais vitais, como pressão, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura. Feito tudo isso, é enquadrado”, explica Fritz.

Já a classificação de risco deixou de ser feita durante a greve. “A classificação é um instrumento amplo, com metodologia, histórico do paciente. Uma orientação feita depois. É muito mais complexa”, define.

Os profissionais de enfermagem querem reposição da inflação e pagamento do piso. Segundo Fritz, a greve seria encerrada se a prefeitura fizesse uma proposta de aumento, ainda que em parcelas. “Não precisa ser de imediato”. Com o piso, a remuneração inicial do técnico de enfermagem passa de R$ 1.100 para R$ 2.100. Já o salário inicial do enfermeiro aumenta de R$ 2.100 para R$ 3.770.

A prefeitura obteve decisão judicial para que 80% dos profissionais voltem ao trabalho. Mas a comissão pediu esclarecimentos, alegando que reduzir de 100% para 80% nos setores de urgência e emergência pode comprometer atendimento a pacientes graves.

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