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Capital

"Entrou nesse mundão e não teve jeito", diz pai de ladrão morto pela polícia

"Purunga" era investigado por série de furtos em Campo Grande

Dayene Paz e Cleber Gellio | 24/06/2022 09:15
Pai afirma que não tinha muito contato após filho se envolver com crime. (Foto: Marcos Maluf)
Pai afirma que não tinha muito contato após filho se envolver com crime. (Foto: Marcos Maluf)

"Ele entrou nesse mundão e não teve jeito mais". A fala é do pedreiro Luiz Carlos Ratiel Ortigoza, de 61 anos, pai de Willian Felício Ortigoza, de 31, conhecido por "Purunga", que morreu na manhã desta sexta-feira (24), ao trocar tiros com policiais civis. Willian era investigado por série de furtos e ficou conhecido como "ladrão do Itanhangá" após morador criar uma página no Instagram para divulgar imagens dos crimes.

O pai conta que estava dormindo em casa, no imóvel da frente, quando ouviu dois tiros no quarto dos fundos, onde Willian ficava. Ainda tentando absorver tudo, Luiz Carlos afirma que o filho começou a se envolver com o crime e já não se importava com mais nada.

"Nem de mostrar o rosto nos crimes. Dizia que queria encontrar com a mãe, parece que estava pedindo a morte, desafiando as autoridades", lamentou. A mãe morreu no ano passado, vítima da Covid-19.

Luiz Carlos enquanto conversava com a reportagem nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf)
Luiz Carlos enquanto conversava com a reportagem nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf)

Luiz Carlos tinha conhecimento das ações do filho e não aceitava, porém afirma que não tinha muito o que fazer. "Eu não tinha contato com meu filho, porque o contato que eu tinha era só discussão e briga, eu não apoiava o que ele fazia. Era cheio de problema".

Sobre arma encontrada com o rapaz, o pai confirma que o filho tinha um revólver, mas não sabe se ele estava com a arma no momento da ocorrência. "Ele pegou arma depois que um atrevido entrou aqui dentro atrás dele".

Na região do Tiradentes, os vizinhos conhecem e têm respeito pela família. Uma mulher, que não quis se identificar por medo, mora há 30 anos no bairro e também afirmou que Willian começou a se envolver no mundo do crime após a morte da mãe.

O caso - "Purunga" era investigado por uma série de furtos e ficou conhecido até nas redes sociais como o "ladrão no Itanhangá". Ele morreu em confronto com policiais da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), na manhã desta sexta-feira (24), no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.

Não há informações das circunstâncias da ocorrência dos policiais da Derf. Eles estavam em diligências do caso, quando ocorreu o confronto. "Purunga" foi alvejado por pelo menos dois tiros, na cabeça e tórax, na residência que fica na Rua Avalon, onde ele morava com o pai.

Conhecido nas redes sociais - Purunga é acusado de furtar diversas casas no Bairro Itanhangá Park, em Campo Grande, e chegou a ganhar um perfil no Instagram para divulgar imagens de câmeras de segurança que flagraram os furtos e assim, tentar chamar a atenção da polícia.

O perfil @ladraonoitanhanga tem 35 publicações, entre fotos e reportagens. Na descrição do perfil, está a explicação: "este ladrão está roubando casas em sequência no Itanhangá. Se passa por mendigo, pede comida nas casas de família e volta pra fazer a limpa. Invadiu casas a pé ou de bicicleta, levando muitos pertences”.

O último furto em que Purunga aparece nas imagens de câmeras aconteceu na quarta-feira (22) e foi divulgado pela página nesta quinta-feira (23). "Ontem 22/06/2022 às 21h55 o Purunga invadiu um escritório no Itanhangá, pela segunda vez, e levou televisão com ajuda de mais 3 ladrões. Agora as invasões estão sendo feitas por uma quadrilha", publicou a página.

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