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Capital

Ex-vereador denunciou extorsão após descobrir investigação, diz advogado

Filipe Prado | 20/06/2015 09:09

Dos cinco acusados de participar do escândalo da exploração sexual, somente os empresários Fabiano Viana Otero e Luciano Pageu continuam presos pelo crime. O advogado de Pageu, Antônio César Jesuíno, apontou que Alceu Bueno, acusado de manter relações sexuais com adolescentes, sabia das investigações, antes de apontar a extorsão.

Jesuíno alegou que Pageu é “o ponto mais fraco da corda”, por isso ainda não saiu da prisão. Ele foi preso em flagrante no dia 16 de abril, abordado enquanto Bueno entregava a quantia de R$ 15 mil para eles. “Pageu, por exemplo, não tem a mesma condição do que os outros”, alegou.

O advogado ainda lembrou que Bueno, assim como o ex-vereador Robson Martins e o ex-deputado estadual Sérgio Assis, não são vítimas, mas também autores dos crimes. “Bueno, por exemplo, é acusado de pedofilia e pode voltar a cometer o crime, mas está solto”, afirmou.

Inquérito – Conforme Jesuíno, as investigações começaram por volta do dia 23 de março, sendo que alguns objetos, como micro-câmeras, um aparelho celular e cartões de memórias. No dia 14 de abril, a prisão preventiva de Otero foi expedida, sendo que neste mesmo dia Bueno requereu uma cópia do inquérito.

“Ele já sabia que estava sendo investigado, antes de acusar Otero e Pageu de extorsão. Ainda apontou que deu R$ 100 mil para os dois, mas até hoje não conseguiu comprovar isso”, analisou o advogado. Jesuíno afirmou que imagens apontam o ex-vereador no crime, mas somente depoimentos comprovam a participação de Pageu.

Escândalo sexual - Robson e o empresário foram preso em flagrante pela equipe da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) depois de Alceu Bueno denunciar extorsão. No dia 16 de abril, após conversarem na praça de alimentação do hipermercado Walmart, os três rumaram para o estacionamento. No carro de Alceu, Luciano pegou envelope com R$ 15 mil, distribuídos em 300 cédulas de R$ 50.

O enredo da “cobrança” era denúncia de sexo com adolescentes de 15 anos e pagamento de R$ 100 mil. Conforme inquérito policial anexado ao processo, Fabiano Viana Otero, preso no dia 26 de abril, teria induzido duas adolescentes a saírem com diversas pessoas, incluindo o vereador. O detalhe era de que uma micro-câmera deveria ser levada nos encontros.

Alceu Bueno disse já ter pago R$ 100 mil a dupla e o motivo foi de que uma cafetina teria vídeos de Alceu mantendo relações sexuais com as menores de idade. Porém, o vereador desconfiava que a cafetina fosse fictícia, ou seja, de que a chantagem era orquestrada por Robson e Luciano.

Com os escândalos, Alceu renunciou ao mandato na Câmara Municipal. A investigação também resultou no indiciamento do ex-deputado estadual Sérgio Assis por exploração sexual de adolescentes.

A Justiça aceitou denúncia por exploração sexual, extorsão, corrupção de menores, tráfico de menor de idade para fins de exploração sexual, posse de material pornográfico de adolescentes, prática de sexo com menor em relação de prostituição e associação criminosa com participação de menores.

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