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Capital

Facção espalha medo e procura câmeras que registraram duplo homicídio

Moradores são ameaçados por telefone para não entregarem filmagens do crime à polícia

Por Bruna Marques | 02/10/2025 06:12
Facção espalha medo e procura câmeras que registraram duplo homicídio
Sangue no local onde homens foram assassinados (Foto: Marcos Maluf)

Moradores da região onde Ariel Pina e Allysson Ortiz Braga foram assassinados estão sendo ameaçados por suposta facção criminosa, caso repassem imagens de câmera de segurança que possam ter registrado o crime que ocorreu na noite de terça-feira (30), no bairro Danúbio Azul, em Campo Grande. O duplo homicídio no cruzamento das ruas São Luiz de Cáceres e Álvares Penteado ganhou grande repercussão na cidade.

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Moradores do bairro Danúbio Azul, em Campo Grande, estão sendo ameaçados por uma suposta facção criminosa após o assassinato de Ariel Pina e Allysson Ortiz Braga, ocorrido em um lava a jato. Os criminosos exigem que possíveis imagens do crime não sejam entregues à polícia e fazem cobranças via PIX. O duplo homicídio aconteceu na noite de terça-feira (30), quando as vítimas foram atingidas por tiros de calibre .40. Ariel, que além do lava a jato negociava veículos e fazia empréstimos, já havia sido citado em outros conflitos. A DHPP investiga o caso, mas até o momento nenhum suspeito foi preso.

Conforme apurado pela reportagem, no dia seguinte ao assassinato, um dos moradores passou a receber ligações de pessoas que se identificaram como integrantes de uma facção criminosa. Durante as conversas, os suspeitos perguntaram se havia câmeras de monitoramento próximas ao local e exigiram que eventuais imagens não fossem entregues à polícia. As ligações foram feitas de um número anônimo.

Facção espalha medo e procura câmeras que registraram duplo homicídio
Lava jato onde homens foram executados na noite de terça-feira (Foto: Marcos Maluf)

Além disso, os criminosos cobraram transferências via Pix, alegando que o dinheiro seria destinado ao pagamento de advogados dos supostos envolvidos no crime. Eles também ameaçaram a vítima, afirmando que, caso não atendesse às exigências, poderia ter o mesmo destino dos homens mortos no Danúbio Azul.

Duplo homicídio — A perícia constatou que Ariel foi atingido principalmente nas costas e na região da nuca, enquanto Allysson sofreu perfurações no ombro e na coxa. Pelo menos dez cápsulas de munição calibre .40 foram encontradas no local. Funcionários que estavam no lava-jato conseguiram se esconder e contaram que o atirador ainda disparou na direção deles antes de fugir na garupa da motocicleta.

A sequência de tiros provocou correria e pânico entre moradores da região. Viaturas da Polícia Militar, da Força Tática e do BPMChoque (Batalhão de Polícia Militar de Choque) cercaram o endereço enquanto equipes da perícia recolheram os primeiros indícios.

Facção espalha medo e procura câmeras que registraram duplo homicídio
Marcas de sangue das vítimas no chão do lava a jato (Foto: Marcos Maluf)

Rixas e ameaças — O nome de Ariel já havia sido citado em outros conflitos. Em 2024, seu ex-sócio, conhecido como “Petruck”, sofreu uma tentativa de homicídio e chegou a desconfiar de que Ariel estivesse envolvido. Ele compareceu à delegacia após o crime desta terça-feira, negou participação e disse que estava em um estúdio de tatuagem no horário da execução.

Além da atividade no lava-jato, Ariel também negociava veículos usados e concedia empréstimos a juros, segundo familiares. A polícia investiga se essas práticas aumentaram a lista de desafetos do comerciante. O caso está sob responsabilidade da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), que deve analisar imagens de câmeras de segurança da região para identificar os autores. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.

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Policiais em frente ao local do crime (Foto: Juliano Almeida)

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