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Capital

Falso médico aplica golpes contra pacientes internados em clínicas

Mariana Lopes | 07/06/2013 12:32
Luciana registrou boletim de ocorrência na manhã de hoje (Foto: Mariana Lopes)
Luciana registrou boletim de ocorrência na manhã de hoje (Foto: Mariana Lopes)

Se passando por médico e dando detalhes do quadro de saúde do paciente, um homem aplicou golpes em pelo menos três famílias que estavam com parentes internados em clínicas diferentes de Campo Grande.

O primeiro caso registrado pela Polícia Civil, que investiga o crime de estelionato, aconteceu no Hospital Adventista do Pênfigo. No último dia 29 de maio, a esposa do paciente que estava internado recebeu ligação do falso “médico”, dizendo que atendia o marido dela.

Por telefone, o homem disse que o paciente precisaria fazer um exame urgente que o plano de saúde não cobria, por isso a família teria que depositar R$ 1,9 mil, valor que a esposa da vítima depositou imediatamente.

No dia seguinte, o “médico” voltou a ligar e disse que teriam que ser feitos novos exames, pois o quadro clínico do paciente havia se agravado. Desta vez, o golpista pediu que a família depositasse R$ 4,8 mil em uma conta e mais R$ 4,7 em outra.

Após os depósitos, a filha do paciente conseguiu falar com o médico que realmente atendia o pai dela e ele garantiu que não havia feito nenhum pedido de depósito e que o paciente estava bem.

Clínica Campo Grande - O segundo caso aconteceu na Clínica Campo Grande. Luciana, 30 anos, conta que o pai dela passou por uma cirurgia na semana passada para retirar um tumor e na última terça-feira (4) o “médico” ligou para ela dizendo que o paciente estava com câncer e precisaria fazer uma ressonância magnética.

O “médico”, que usou termos técnicos e sabia detalhes da cirurgia do paciente, disse a Luciana que ele também precisaria tomar alguns medicamentos. Tudo ficaria em R$ 7,5 mil, que o plano não cobriria. Ele indicou a clínica de uma amiga para ela fazer os exames e disse que o paciente teria que tomar os remédios imediatamente.

Desconfiada, Luciana não fez o depósito que o “médico” pediu. “Liguei para minha tia, que trabalha em hospital, para ela falar com o médico, ela ligou no número que ele me ligou e também ficou impressionada com o conhecimento da pessoa, que sabia até que meu pai tinha tido hemorragia durante a cirurgia”, conta Luciana.

No final do dia, o médico verdadeiro ligou para Luciana e disse que havia recebido a informação de que um homem estaria se passando por ele e pedindo dinheiro. Ele disse à vítima que o golpista ligou para ela e para mais um paciente da Clínica Campo Grande.

“Fiquei abalada com a notícia do câncer, foi um dia horrível, mas tive sorte, pois no mesmo dia consegui pegar o resultado da biópsia e vi que meu pai estava bem, que era uma mentira realmente”, desabafa Luciana, que registrou boletim de ocorrência na manhã de hoje (7).

Unimed – Outro caso com o mesmo modus operandi aconteceu no Hospital Unimed, onde a paciente passou por uma cirurgia de hérnia. Na tarde de ontem (6), a filha dela recebeu uma ligação do “médico” que havia feito a cirurgia. O discurso de que o quadro havia se agravado e que a paciente precisaria passar por exames se repetiu.

Mas neste caso, o “médico” pediu R$ 9 mil à família. A filha da paciente disse que não tinha esse valor. Pouco depois o golpista disse que conversou com o laboratório e conseguiu diminuir o preço para R$ 2,2 mil. A vítima chegou a depositar R$ 1,7 em uma conta bancária passada pelo estelionatário e mais R$ 500 por transferência on line.

Investigação – Segundo o titular da 1ª Delegacia de Polícia Civil, delegado Welligton de Oliveira, o estelionatário se aproveitava da vulnerabilidade da vítima para aplicar os golpes, alegando quadro clínico grave dos pacientes.

A polícia também investiga quem passou o prontuário dos pacientes ao golpista. “Como é que o cara tinha todas as informações do paciente e das cirurgias? Alguém estava passando”, pontua o delegado.

A polícia está com a relação de telefones e contas bancárias usadas pelo golpista e investiga o caso.

Quem tiver sido vítima do golpe, o delegado pede que entre em contato na 1ª Delegacia de Polícia, localizada na rua Padre João Crippa, 1581, no Centro de Campo Grande. O telefone da delegacia é o 3312-5700.

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