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Capital

Falta de atenção e nova sinalização confundem quem passa pelo Parque dos Poderes

Há placas com duas velocidades máximas espalhadas pelas vias, radares que foram instalados e depois retirados

Mirian Machado | 12/07/2022 12:55
Pedestres em ciclovia e ciclista na contramão. (Foto: Kisie Ainoã)
Pedestres em ciclovia e ciclista na contramão. (Foto: Kisie Ainoã)

Que a revitalização do Parque dos Poderes está dando o que falar a gente já sabe. As obras, que ainda não chegaram ao fim, são vistas com bons olhos principalmente pelos frequentadores, como pedestres e ciclistas, mas o que deixa a desejar é a sinalização que confunde a população.

A velocidade máxima, por exemplo, que antes era de 30 km/h foi trocada por 50 km/h, inclusive nos radares, em frente a governadoria, Tribunal de Justiça e nos outros pontos. Esses radares foram instalados, depois desligados e alguns retirados do local. Na Avenida do Poeta próximo a um posto de combustível há uma placa indicando a velocidade máxima de 30 km/h, mas cerca de 100 metros há outra placa indicando que a velocidade permitida é de 50 km/h.

Trecho de avenida tem placa de 30 km/h e logo em seguida, mais as fundo, outra placa indicando 50 km/h. (Foto: Kisie Ainoã)
Trecho de avenida tem placa de 30 km/h e logo em seguida, mais as fundo, outra placa indicando 50 km/h. (Foto: Kisie Ainoã)

“Não entendi o porquê aumentaram a velocidade. Não querem preservar?”, questionou a funcionária pública Lucilene Prado, de 57 anos. “Não me importava se era 30 km/h. Se o pessoal já corria com essa velocidade, imagina agora”, disse a dona de casa Eliane Monari, de 47 anos.

As amigas caminhavam nesta tarde (11) pelo Parque dos Poderes e afirmam que são frequentadoras assíduas da região. Mesmo sabendo que a ciclovia é para bicicletas e que há a pista de caminhada, as mulheres contaram ao Campo Grande News que gostam de caminhar ali pela ampla visão e em situações de menor movimento dos ciclistas. “A gente sabe que ali é nosso lugar [aponta para a pista de caminhada], mas gostamos muito daqui. Aqui ficou pronto primeiro então acostumamos a caminhar por aqui, mas isso é só quando não está movimentado”, explicou Lucilene.

Ciclista dividindo espaço com veículos na Avenida do Poeta. (Foto: Kisie Ainoã)
Ciclista dividindo espaço com veículos na Avenida do Poeta. (Foto: Kisie Ainoã)

Muitos frequentadores ainda não respeitam seus respectivos lugares. Apesar de haver placas indicando onde cada um deve seguir, há flagrantes de ciclistas dividindo espaços com os carros, bicicletas na pista de caminhada e pedestres na ciclovia.

Professor de engenharia Robert Souza, de 57 anos, caminhava na ciclovia com a esposa nesta tarde, ele comentou apenas que gosta de caminhar ali e que procurar caminhar nos horários que tem menos ciclistas. Na mesma ocasião, elogiou a revitalização. “Conheço todas as capitais e não tem nenhuma com um parque igual a esse e agora então, ficou ainda mais bonito, principalmente por manter o vínculo com a natureza”, contou.

Faixas para travessia de animais. (Foto: Kisie Ainoã)
Faixas para travessia de animais. (Foto: Kisie Ainoã)

Outro fato que chama atenção na nova sinalização são as faixas de travessia exclusivas para animais. Uma delas está localizada próximo da governadoria. “Não vão respeitar, mas eu amei” comentou a empresária Thaís Silva, de 43 anos.

Sobre a ciclovia, o funcionário público aposentado, Aldo Aguilera, de 55 anos, explicou que para ele que usa o ciclismo para treinar, praticar, a estrutura da ciclovia não funciona, principalmente para o tipo de bicicleta que usa, até por conta da velocidade que atinge. “Muitas vezes chegamos a 35, 40 km/h. Então não dá para andar ali. A ciclovia é para aquela pessoa que usa a bicicleta para ir trabalhar, para lazer, pra gente não funciona. Agora o asfalto ficou ótimo. E como Campo Grande não tem espaço para o ciclismo temos que dividir espaço com os carros ainda. Quando está muito movimentado eu vou para a rodovia”, explicou.

"Sobre a sinalização, acho que deveria explicar melhor, divulgar mais sobre onde é a ciclovia e onde é para caminhar", afirmou o aposentado.

Mulher em bicicleta elétrica na pista de caminhada, onde sinalização no chão indica que é proibido bicicleta. (Foto: Kisie Ainoã)
Mulher em bicicleta elétrica na pista de caminhada, onde sinalização no chão indica que é proibido bicicleta. (Foto: Kisie Ainoã)

O que se percebe é a falta atenção para saber qual lugar de cada um, já que o local está sinalizado, porém sobre a questão das velocidades de que uma hora para outra varia entre 30 e 50 km/h o Detran(Departamento Estadual de Trânsito) informou que é de responsabilidade da Agetran (Agência Municipal de Trânsito) a sinalização e radares.

A Agetran foi questionada sobre a troca das velocidades e retiradas dos radares, porém respondeu em nota apenas que foi realizado convênio com o Detran, que solicitou a implantação de 6 redutores de velocidade (30 km/h) e 2 controladores de velocidade (50 km/h).

Os redutores estão localizados na Avenida do Poeta em frente a Governadoria, Avenida Desembargador José Nunes da Cunha próximo ao Seinfra e ao Tribunal de Justiça. Já os controladores estão na Avenida do Poeta com a Rua Jornalista Marcos F. Hugo Rodrigues.

No dia 11 de maio, radares haviam começado a aplicar multa. Este em frente a governadoria. (Foto: Marcos Maluf)
No dia 11 de maio, radares haviam começado a aplicar multa. Este em frente a governadoria. (Foto: Marcos Maluf)

O que diz o Detran – Em nota o Departamento Estadual de Trânsito explica que a mudança de velocidade ocorreu devido a um novo estudo técnico considerando as intervenções implantadas no Parque como duas faixas de rolamento, sinalização adequada, espaços específicos para ciclistas, veículos e pedestres.

Segundo o orgão, a velocidade de 30km/h existia quando eram redutores de velocidade. Hoje estão instalados controladores de velocidade, esses por sua vez fiscalizam a velocidade da via, que no caso do Parque é de 50km/h. Em alguns casos há trechos em que a velocidade permitida é de 30 km/h "por se tratar de locais que tem travessia de animais silvestres".

Os equipamentos eletrônicos ainda não estão autuando por causa das obras. Posteriormente será feita uma divulgação para informar o funcionamento.

Sobre a instalação, radares e quebra-molas são instalados onde há alto índice de travessia de pedestres ou próximo a cruzamentos com grande número de veículos.

Questão de educação – Quanto a questão de ciclistas e pedestres não respeitarem, segundo o Detran é apenas uma questão de educação pois os espaços estão bem sinalizados e todos tem o conhecimento das normas de trânsito. "Já foi detectado por exemplo condutores fazendo retorno nas travessias de pedestres. Portanto cabe ao poder público fazer a sinalização, já realizada, e aos usuários da via respeitar essa sinalização, encerra a nota do Detran.


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