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Capital

Falta de energia tumultua a prova do Enade em Campo Grande

Paula Maciulevicius | 25/11/2012 14:17
Confusão que se formou nos portões de entrada da Uniderp com a falta de energia. (Foto: Cristina Ramos)
Confusão que se formou nos portões de entrada da Uniderp com a falta de energia. (Foto: Cristina Ramos)

Portões que abriram com o prédio sem energia, acadêmicos esperando 1h por respostas, não às questões, mas sim a dúvida se fariam ou não o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) de 2012.

O que era para ser um exame tranquilo se transformou em confusão na Uniderp, em Campo Grande, um dos locais de prova. Com 1h sem energia, já dentro das salas, os acadêmicos foram liberados, com a promessa de que não seriam prejudicados. Mas a luz voltou e parte dos estudantes acabou respondendo às provas.

“Não tinha energia. Voltou faltavam cinco minutos para uma da tarde. O fiscal disse que o MEC autorizou liberar a gente e então eles começaram a liberar. Depois voltaram dizendo que ia ter a prova. Como uns já tinham ido embora, eles disseram que o MEC não vai prejudicar ninguém” relata o estudante de Recursos Humanos, Elder Santos, 22 anos.

A estudante de Logística Bruna Neves, 21 anos, resume toda a situação em uma só palavra. “Bagunça. A energia acabou, a gente já entrou sem energia e antes de voltar eles foram liberando e depois queria que a gente voltasse. E agora a gente vai ficar sem nota? Vamos ser prejudicados por um problema deles? É uma completa falta de organização”, desabafa.

No último ano de Administração, Laura Baez, 22 anos, conta que eles informaram nas salas que quem quisesse assinar e sair estava dispensado. “Acabou a energia e não teve a prova. A gente ficou sem luz, sem ventilador, sem nada, só esperando. Eles disseram que quem quisesse assinar e sair podia fazer isso. É um absurdo isso, ainda mais que a gente teve que esperar 50 minutos. Quem sai prejudicado é a faculdade”, comenta.

Estudante Sérgio Matos questiona quem vai sair prejudicado, se são os alunos ou as faculdades. (Foto: Paula Maciulevicius)
Estudante Sérgio Matos questiona quem vai sair prejudicado, se são os alunos ou as faculdades. (Foto: Paula Maciulevicius)

O questionamento maior é o que vai ser dos acadêmicos que apenas assinaram a folha de respostas. “A gente saiu, alguns ficaram, mas nem o supervisor sabia dizer, ninguém sabe se o MEC vai cancelar, se vão nos dar outra prova. Estamos bem sem informação. Está pior que o Enem”, comentou a estudante de Logística, Larissa Menezes, 21 anos.

Com o tumulto da falta de energia, outro problema veio à tona. Os acadêmicos que estão perto de se formar contaram que os portões da universidade, que deveriam abrir 1h antes do início da prova, abriram apenas 11h45.

“Eles abriram 11h45, sendo que era para ter aberto as 11h. Entramos estava tudo escuro, não tinha como enxergar, a prova que deveria ter começado 12h, era 1h, não tinha nem chegado”, disse o estudante de Gestão Financeira, Sérgio Matos, 40 anos.

Ele fala que apenas assinou e saiu da sala, mas com a dúvida se poderia ser prejudicado. “Questionei e eles disseram que não. Mas e o curso?”, completa.

E no meio de tanto entra e sai, um estudante relatou que chegou atrasado, passou pelo portão, entrou na sala e conseguiu responder a prova. O acadêmico disse ter visto demais estudantes discutindo porque quando chegaram o portão já estava fechado, mas passou ‘batido’ pelos fiscais e adentrou à sala.

“Eles abriram uma exceção. Estava a maior bagunça, fingi que já tinha entrado. Algumas salas tinham luz, outras não. Este exame não serve para nada. Não tem confiança e nem credibilidade”, questionou.

A Enersul informou que o problema foi dentro da universidade. A equipe da concessionária de energia chegou a ser acionada, mas constatou que se tratava de uma questão interna, da estrutura do prédio.

O Campo Grande News tentou contato com a assessoria de imprensa do Inep, mas não foi atendido em nenhum dos três telefones disponíveis.

Enade - O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes avalia o rendimento dos alunos dos cursos de graduação, ingressantes e concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos em que estão matriculados. O exame é obrigatório para os alunos selecionados e condição indispensável para a emissão do histórico escolar. A primeira aplicação ocorreu em 2004 e a periodicidade máxima com que cada área do conhecimento é avaliada é trienal.

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