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Falta o mínimo para esportes no Parque das Nações, reclamam usuários

Áreas esportivas estão sem pintura, sem tabela de basquete e pista de skate está se deteriorando

Por Gabriela Couto e Alison Silva | 29/10/2023 08:55
Tabela de basque sem aro no parque: esportistas reclamam da falta de estrutura (Foto: Alex Machado)
Tabela de basque sem aro no parque: esportistas reclamam da falta de estrutura (Foto: Alex Machado)

O Parque das Nações Indígenas apresenta o mínimo de infraestrutura para os usuários das áreas esportivas. A reclamação é unânime dos atletas que buscam as quadras já sem pintura para jogar basquete ou a galera do skate, que tenta as manobras na pista disponível no local.

“Faz um ano que venho pra cá. Desde que eu frequento aqui as condições são as mesmas. A gente parou de vir, marcação muito apagada. A gente sai daqui e vai pra qualquer lugar que tenha cesta. Temos que ir longe”, lamenta estudante de 16 anos, que conversou com a reportagem.

Nas quadras, apenas uma tabela tem aro, dizem frequentadores (Foto: Alison Silva)
Nas quadras, apenas uma tabela tem aro, dizem frequentadores (Foto: Alison Silva)

Ele frequenta o local duas vezes na semana, mas reclama que apenas uma única tabela de basquete tem aro. “Para cá não tem muita quadra com cesta, tudo certinho. Se levarem a sério, melhoraria muito. Usam essa quadra também para jogar futebol. Sumiu tudo daqui, já é um milagre essa cesta ainda estar aqui”.

O adolescente afirma que até junho a quadra estava “usável” mas passou a ser alvo de furtos. “Vinha uma galera pra cá. Tudo que foi tirado daqui é recente. Acho que pegam muito por causa do ferro, desmancham ou quebram, geralmente de madrugada. Poderia haver mais segurança”.

Segundo Thiago de Arruda, de 24 anos, a qualidade da pista de skate é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos skatistas da região. “A gente preza muito pelo solo, nosso chão aqui está bastante danificado, ideal seria um cimento usinado”, disse.

Questionado sobre o investimento público, Arruda destacou que a modalidade é mal vista no Estado, sobretudo em relação ao crescimento de outros esportes. “Existe verba, mas em relação às outras modalidades a gente fica para trás. Recentemente, tivemos um grande evento de vôlei, se nos organizarmos dá para melhorar”, complementou.

Rampa de madeira improvisada na pista de skate com vário buracos (Foto: Alison Silva)
Rampa de madeira improvisada na pista de skate com vário buracos (Foto: Alison Silva)

Vendedor em uma loja de artigos esportivos, o campo-grandense que vivia em Sidrolândia, interior do Estado e retornou para Campo Grande recentemente, disse que já tirou dinheiro do próprio bolso para melhorar o local. “Aqui já ajudei com grana para obstáculos, corrimão. Além disso falta banheiro, água, os refletores demoraram a sair, tudo muito exposto, e às vezes o próprio vento e a chuva contribuem para estragar o material. Nas quadras de basquete e futsal faltam redes, falta tudo, complicado”.

Thiago Arruda durante uma manobra na pista doParque das Nações Indígenas (Foto: Alex Machado)
Thiago Arruda durante uma manobra na pista doParque das Nações Indígenas (Foto: Alex Machado)

Jogador profissional de handebol, Guilherme Spironelli, 30 anos, começou na modalidade com 7 anos e retornou somente em 2022. No último dia de férias, Spironelli aproveitou o dia para andar de skate. “Aqui e na Orla Morena precisamos de reforma urgente. O principal é o solo, aplicamos alguma tinta, coloquei dinheiro aqui, mas a gente sabe que não é fácil levantar essa grana. Tem processo em andamento para melhorar a pista, mas a administração poderia dar uma melhor assistência para podermos ter condições mínimas para andar”, finalizou.

Reclamação antiga - Para os praticantes de skate, a reclamação é antiga. Luis Henrique frequenta a pista há cinco anos e diz que todas as melhorias só foram possíveis por conta própria. “Já pintamos o chão, o corrimão. Para pintar pouca coisa sai R$ 250 por lata de tinta. O parque é bem cuidado, mas se tivesse umas reformas aqui, seria bem melhor”, completa. A expectativa dele é que a pista seja reformada e que as quadras possuam rede nos gols.

Jogador profissional de handebol, Guilherme Spironelli, 30 anos (Foto: Alex Machado)
Jogador profissional de handebol, Guilherme Spironelli, 30 anos (Foto: Alex Machado)

Quem também frequenta o espaço é Gabriel Messias, 19 anos. “Poderiam colocar um chão vulcanizado. Enviamos um ofício para o governo, em agosto do ano passado. A Associação dos skatistas de Mato Grosso do Sul fez. Colocaram a luz esse ano. A galera mais antiga disse que levou uns 10 anos para colocarem os refletores aqui. Antes, a gente tinha que chegar mais cedo para andar”.

A reportagem procurou o Governo de Mato Grosso do Sul, responsável pela gestão do local, mas até a publicação não houve retorno.

O governador Eduardo Riedel (PSDB) está preparando um projeto de PPP (Parceria Público-Privada) para administrar o Bioparque Pantanal. Na “privatização”, seriam inclusos o Parque das Nações Indígenas, Marco (Museu de Arte Contemporânea), Museu das Culturas Dom Bosco, Parque Estadual do Prosa, Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camilo e o espaço do Restaurante Yotedy. Todo o complexo contaria ainda com aval do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a concessão.

Skatistas afirmam que local é pintado por eles e que refletores só chegaram neste ano após uma década de reivindicação (Foto: Alison Silva)
Skatistas afirmam que local é pintado por eles e que refletores só chegaram neste ano após uma década de reivindicação (Foto: Alison Silva)

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  • Praticantes reclamam frequentemente das condições da pista (Foto: Alex Machado)
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