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Capital

Família vive drama; proprietária põe idosos na rua e manda demolir casa

Ana Paula Carvalho | 23/08/2011 20:55

Pertences da família de idosos foram deixados na calçada e só foram recolhidos graças à solidariedade de vizinhos

Dona Eunice não tinha para onde ir, após ser despejada. (Fotos: Pedro Peralta)
Dona Eunice não tinha para onde ir, após ser despejada. (Fotos: Pedro Peralta)
Pertences da família ficaram espalhados pela calçada.
Pertences da família ficaram espalhados pela calçada.

Eunice Ferreira da Silva, 53 anos, morava com o marido Deodato Leiva, de 71 anos, e a filha Bruna da Silva Leiva, de 22, háa mais de seis anos em uma casa na rua Brigadeiro Machado, na Vila Jacy. Hoje eles foram despejados pela proprietária da residência.

O problema é que eles vivem com o salário mínimo que Deodato recebe da aposentadoria e com alguns “trocados” que ainda consegue com a venda de material reciclável recolhido das ruas.

De acordo com a dona Eunice, a proprietária pediu que eles saíssem do local em até quatro meses, mas há aproximadamente 15 dias ela encostou um caminhão em frente da casa e recolheu toda a mudança da família.

“Eles foram levados para um terreno próximo ao córrego (Rio Anhanduí) e deixados com a mudança embaixo de uma árvore, no relento”, diz a vizinha Lucimara Alves Sanches, 39 anos.

“Ficamos oito dias lá. Ainda bem que não choveu”, diz Eunice, resignada.

Na última quinta-feira (18) eles voltaram para a casa. Hoje pela manhã a proprietária do local e o irmão dela demoliram a residência. Mal deu tempo da família retirar os pertences de dentro da residência.

“Chegava a doer o coração de ver aquele rapaz quebrando tudo e o seu 'Dato' tirando as coisas”, relata Vilmar César da Cruz, de 39 anos. Ele mora em frente à casa onde morava dona Eunice.

Solidariedade - Os moradores da região se sensibilizaram e passaram o dia todo correndo atrás de ajuda para a família. Eles conseguiram contato com a SAS (Superintendência de Assistência Socioeducativa) que os levou para o Cetremi (Centro de Triagem e Apoio ao Migrante), onde ficarão albergados e receberão apoio de assistentes sociais.

Os animais da família, dois cachorros, uma galinha e vários pintinhos foram acolhidos pelos vizinhos e ficarão com eles até que dona Eunice tenha um lugar onde morar.

Bruna é portadora de necessidades especiais. Ela relata a angustia de ver todos os seus pertences jogados na calçada. “A mulher ainda falou que se não desse para tirar as coisas hoje que colocássemos para dentro. Mas não tem mais casa. Iríamos dormir embaixo da goiabeira”, questiona a jovem.

Quando a equipe do Campo Grande News chegou, a proprietária já havia ido embora, levando alguns restos de construção, como as telhas.

Segundo os funcionários do Cetremi que estavam no local, dona Eunice, “Seo Dato” e a Bruna, vão passar por acompanhamento psicológico, vão receber remédios e tratamento, se necessário, e, será analisado para onde eles irão.

Vizinhos ajudam a colocar pertences da família em caminhão do Cetremi.
Vizinhos ajudam a colocar pertences da família em caminhão do Cetremi.
Casa foi demolida.
Casa foi demolida.
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