Família está há 10 anos em fila de espera para conseguir casa popular
Esta semana fiscalização nos residenciais Celina Jallad I e II apontou que pessoas contempladas comercializaram os imóveis
“A gente só quer a casa da gente”, diz a dona de casa Ana Cláudia Espíndola Neves, 29 anos, que há 10 mantém cadastro na Emha (Empresa Municipal de Habitação) e aguarda por uma moradia. Depois de passar seis anos morando na casa da sogra, há nove ela divide o terreno com a mãe, que mora na casa da frente. Em 2006 ela fez o cadastro na Emha.
Ana Cláudia conta que as duas casas pertencem à mãe dela e que paga um valor simbólico, pois ainda não tem condições de assumir um financiamento. Oficialmente apenas o marido trabalha e somando a renda dele com o que ela consegue, vendendo bolos e pães a família obtém em média R$ 1.200 mensais.
“Ter a nossa casa mudaria muita coisa, pois antes a minha mãe alugava esta aqui do fundo por um valor maior”, disse. Ela contou ainda que atualizou o cadastro na Emha há quase dois anos e que pretende ir até o local para verificar se está tudo certo. “Quero ir lá, até porque nós estamos nessa situação e tem gente que consegue e vende”, disse. Ana Cláudia é uma das 42 mil pessoas que aguardam na fila por um casa própria em Campo Grande.
Fiscalização - Esta semana, equipes da Emha e da CEF (Caixa Econômica Federal) visitaram as unidades habitacionais do Residencial Celina Jallad I e II, no Portal Caiobá, para verificar denúncias de venda e locação de unidades.
Segundo a Emha, 15 equipes realizaram o trabalho, que neste momento envolveu 266 unidades dos dois conjuntos e o balanço com as informações do que foi apurado deve ser divulgado na segunda-feira (30). A intenção é estender, em um segundo momento, o trabalho para as demais unidades do Celina Jallad, que juntos somam 1.498 casas.
Critérios – São muitos os critérios para concorrer a uma unidade habitacional. Segundo informações disponíveis no site oficial da Emha, para participar da seleção do PMCMV (Programa Minha Casa Minha Vida), o interessado não pode ter ocupado irregularmente áreas no município a partir de janeiro de 1997; não pode ter outro imóvel em seu nome ou de companheiro; e também não pode ter sido beneficiado, anteriormente, em programas habitacionais do Município, Estado ou União.
Além disso, é preciso comprovar oficialmente que reside, no mínimo, há dois anos no município de Campo Grande e a família deve estar cadastrada no Cadúnico (Cadastro Único dos Programas Sociais ).
Também é preciso atender os critérios nacionais. Entre eles famílias residentes ou que tenham sido desabrigadas de áreas de risco ou insalubres; famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar e famílias que façam parte Pessoa com Deficiência /PcD. (Deverá ser apresentado atestado médico que comprove a deficiência alegada e que contenha a espécie, o grau ou nível da deficiência e a Classificação Internacional de Doenças – CID).
Os interessados também devem atender os critérios municipais, em que as famílias com maior tempo de residência em Campo Grande; as com maior quantidade de filhos menores de 14 (catorze) anos e as que habitam ou trabalham próximas à região do empreendimento, comprovadamente, no raio de até 3 (três) Km de distância. O fator tempo de cadastro não consta entre os critérios.