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Capital

Fila de renais crônicos só diminui em MS quando paciente morre

Viviane Oliveira | 12/11/2011 12:07

Eles reclamam que há cerca de um ano os transplantes com doador cadáver, deixaram de ser realizados em Mato Grosso do Sul por falta de equipamentos na Santa Casa

Cerca de 30 pessoas foram paras as ruas pedir atenção do poder público.
Cerca de 30 pessoas foram paras as ruas pedir atenção do poder público.
Matheus de blusa azul e calça preta descobriu há quatro meses que tinha problema nos rins. (Foto: Simão Nogueira)
Matheus de blusa azul e calça preta descobriu há quatro meses que tinha problema nos rins. (Foto: Simão Nogueira)

Fila de renais crônicos só diminui no Estado quando algum paciente morre antes de ser transplantado, esta é a frase do presidente da Recromasul (Associação dos Doentes Renais Crônicos e Transplantados de Mato Grosso do Sul) José Roberto Ost, 58 anos, que espera há sete anos por um rim.

Segundo ele, há cerca de um ano os transplantes com doador cadáver, deixaram de ser realizados em Mato Grosso do Sul.

Na manhã de hoje (12), aproximadamente 30 pessoas, entre doentes renais e transplantados protestam na avenida Afonso Pena com a 13 de Junho por mais atenção do poder público.

José explica que no Estado existe uma fila de 360 pacientes aguardando por um rim. “Só este ano foram exportados 28 rins para outros estados. Não fazemos aqui porque a Santa Casa não tem aparelho e nem acessórios o suficiente para fazer transplante de doador cadáver”, lamenta.

Segundo ele, quem foi transplantado nos últimos meses é porque alguém da família foi compatível e doou um dos rins. “Essa fila só anda quando alguém morre. Quero saber por que parou o transplante de doador cadáver”, questiona.

Para Rui Lopes da Silva, 61 anos, que espera um transplante de rim há seis anos, o paciente renal crônico corre contra o tempo. “Por isso que estamos aqui hoje lutando pela nossa vida”, disse Rui que o protesto tem um valor significativo para cada um presente no local.

Presidente da Recromasul, Maura Jorge da Silva, 54 anos, explica que as pessoas que estão na fila muito tempo tem o direito de fazer o transplante e fica bem. “Quero eles fiquem bem como eu”, comemora Maura que já é transplantada.

Mesmo com o tratamento de três vezes por semana 4 horas diárias eles têm alegria e vontade de viver. Todos com um mesmo objetivo de ser transplantados e ter uma vida normal. “Nós temos o direito de sonhar”, disse Edina pereira Vasco, 57 anos, que espera um rim há oito anos.

Matheus Steven, 14 anos, sente na pele o que é trocar o futebol da tarde com os amigos para fazer o tratamento. “Estudo de manhã e a tarde vou para a Santa Casa. Não posso fazer as mesmas coisas que os garotos da minha idade fazem porque tenho algumas limitações”, afirma o garoto.

Ele disse que há quatro meses descobriu que os rins não funcionavam e hoje resolver ir para a rua com os colegas para mudar esta situação e pedir esperança.

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