Filho é condenado a 31 anos de prisão por matar mãe com golpes de pá
O caso foi qualificado como feminicídio devido à idade da vítima e à crueldade do crime
Diego Pires de Souza, de 37 anos, foi condenado nesta quarta-feira (20) a 31 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo assassinato da mãe, Mariza Pires, de 66 anos, crime ocorrido em 27 de dezembro de 2024, no Parque Residencial União, em Campo Grande.
RESUMO
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Diego Pires de Souza, 37, foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão em regime fechado pelo feminicídio da própria mãe, Mariza Pires, 66. O crime ocorreu em dezembro de 2024, em Campo Grande (MS). Souza matou a mãe com golpes de pá na cabeça, causando múltiplas fraturas e lesões graves. O caso foi qualificado como feminicídio devido à idade da vítima e à crueldade do crime. A condenação ocorreu nesta quarta-feira (20) após julgamento no Tribunal do Júri. O réu confessou o crime, alegando estar sob efeito de cocaína. A defesa tentou reduzir a pena, argumentando que Souza não tinha plena consciência de seus atos, mas o júri acatou a denúncia do Ministério Público. O juiz considerou a gravidade do crime e a confissão tardia para fixar a pena. Souza deverá cumprir a sentença em regime fechado.
Segundo a denúncia, Diego matou a mãe com golpes de pá na cabeça. A vítima teve fraturas no crânio, o nariz quebrado e lesões graves no rosto. O caso foi enquadrado como feminicídio qualificado porque Mariza tinha mais de 60 anos e foi morta de forma cruel.
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Durante o julgamento, o promotor de Justiça Matheus Macedo Cartapatti destacou a brutalidade do crime e a dor irreparável causada aos filhos da vítima. Pediu a condenação com todas as agravantes previstas em lei e rejeitou a tese de confissão como atenuante, já que o réu só admitiu o crime no plenário do júri, alegando estar sob efeito de cocaína.
A defesa tentou desclassificar o crime para homicídio simples, alegando que Diego não tinha plena consciência de seus atos. Também pediu o afastamento da qualificadora de crueldade e o reconhecimento da confissão espontânea.
Por maioria, os jurados seguiram o pedido do Ministério Público e condenaram o acusado por feminicídio. O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, fixou a pena-base em 22 anos, aumentou pela gravidade do caso e aplicou apenas pequena redução por confissão, chegando ao total de 31 anos e seis meses de reclusão.
Durante o interrogatório, Diego contou que é natural de São Paulo, mas vive em Campo Grande há 22 anos. Morava com a mãe e disse ser usuário de cocaína há cinco anos. Apesar disso, o magistrado ressaltou que a vítima “em nada contribuiu para o crime, pelo contrário, era mãe de seu agressor”.
O crime foi classificado como hediondo e a pena deverá ser cumprida em regime fechado.
Procurado pelo Campo Grande News após a sentença, Alfredo Gomes Neto, 32 anos, irmão do réu, disse ter recebido a decisão com alívio.
“Fiquei bem feliz e contente com o resultado da condenação, até porque toda a família queria que a Justiça fosse feita. Me senti bem aliviado, achamos ainda que foi pouco, mas está bom. Estou em paz e mais tranquilo. Sabemos que a morte da nossa mãe não ficou impune e ele vai pagar pelo que fez. Agradecemos à equipe de reportagem, porque sem vocês isso teria caído no esquecimento”, afirmou.
Confissão - De acordo com o relato de Diego, ele chegou a se internar em agosto daquele ano, mas depois de 22 dias saiu da clínica, porém não soube dizer o motivo. Sobre o crime, ele contou que estava tranquilo e não existia motivo para assassinar a mãe, mas confessou que estava sob efeito da droga.
“Não estava consciente. Já tinha usado cinco gramas de cocaína. Tinha saído do serviço e estava arrumando minha bicicleta. Nesse meio tempo, fui até o quartinho e usei a droga. Em seguida, peguei a pá e entrei em casa, depois só lembro da polícia chegando”, disse Diego.
“Eu já tinha consumido droga antes de chegar em casa e continuei usando. A pá ficava dentro do quartinho onde estava meu guarda-roupas. Não lembro quantos golpes dei. Eu liguei para o Corpo de Bombeiros e falei que minha mãe estava desacordada no chão. Eu estava fora de mim, não sabia que ela estava morta”, continuou o réu.
Sobre não ter falado sobre o crime na audiência de instrução, Diego contou que havia pedido para ser transferido de presídio por não ser faccionado e ter medo de morrer. A acusação não fez perguntas e o réu respondeu apenas à defesa contando que nunca havia tido problemas com a mãe ou com a polícia.
Diego também contou que apenas um familiar sabia que ele usava droga e, quando foi para a clínica de recuperação, estava vivendo em situação de rua por conta de uma briga em casa. “Só caiu minha ficha quando fui para o presídio. Que um dia eles me perdoem pelo que eu fiz, porque não foram só eles que perderam. Eu perdi muito mais. Minha mãe, meus irmãos, meus sobrinhos e minhas filhas”, finalizou.
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