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Capital

“Não estava consciente”, diz réu ao assumir que matou a mãe com uma pá

Diego Pires de Souza, 37 anos, disse ao juiz ter agido sob efeito de cocaína e sem motivo aparente

Por Ana Paula Chuva e Bruna Marques | 20/08/2025 09:18
“Não estava consciente”, diz réu ao assumir que matou a mãe com uma pá
Diego sentado no banco dos réus durante julgamento (Foto: Bruna Marques)

Sentado no banco dos réus da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Diego Pires de Souza, 37 anos, admitiu que matou Mariza Pires, 66 anos, com golpe de pá. O crime aconteceu em dezembro de 2023 e, durante o julgamento que acontece nesta quarta-feira (20), o filho da vítima afirmou que estava sob efeito de cocaína naquele dia.

RESUMO

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Em julgamento realizado na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Diego Pires de Souza, 37 anos, confessou ter matado sua mãe, Mariza Pires, 66 anos, com golpes de pá em dezembro de 2024. O réu alegou estar sob efeito de cocaína no momento do crime. Durante o depoimento, Diego afirmou ter consumido cinco gramas da droga antes do assassinato. No entanto, seu irmão, Alfredo Gomes Neto, contestou a versão, afirmando que o acusado estava lúcido quando foi encontrado no local do crime. A família não aceita o pedido de perdão feito por Diego durante o julgamento.

O julgamento começou por volta das 8h de hoje. Ao juiz Aluizio Pereira dos Santos, o réu contou que é de São Paulo, mas mora na capital sul-mato-grossense há 22 anos. Ele residia com a vítima, sua mãe, e alegou ser usuário de cocaína há cinco anos.

De acordo com o relato de Diego, ele chegou a se internar em agosto daquele ano, mas depois de 22 dias saiu da clínica, porém não soube dizer o motivo. Sobre o crime, ele contou que estava tranquilo e não existia motivo para assassinar a mãe, mas confessou que estava sob efeito da droga.

“Não estava consciente. Já tinha usado cinco gramas de cocaína. Tinha saído do serviço e estava arrumando minha bicicleta. Nesse meio tempo, fui até o quartinho e usei a droga. Em seguida, peguei a pá e entrei em casa, depois só lembro da polícia chegando”, disse Diego.

“Eu já tinha consumido droga antes de chegar em casa e continuei usando. A pá ficava dentro do quartinho onde estava meu guarda-roupas. Não lembro quantos golpes dei. Eu liguei para o Corpo de Bombeiros e falei que minha mãe estava desacordada no chão. Eu estava fora de mim, não sabia que ela estava morta”, continuou o réu.

Sobre não ter falado sobre o crime na audiência de instrução, Diego contou que havia pedido para ser transferido de presídio por não ser faccionado e ter medo de morrer. A acusação não fez perguntas e o réu respondeu apenas à defesa contando que nunca havia tido problemas com a mãe ou com a polícia.

Diego também contou que apenas um familiar sabia que ele usava droga e, quando foi para a clínica de recuperação, estava vivendo em situação de rua por conta de uma briga em casa. “Só caiu minha ficha quando fui para o presídio. Que um dia eles me perdoem pelo que eu fiz, porque não foram só eles que perderam. Eu perdi muito mais. Minha mãe, meus irmãos, meus sobrinhos e minhas filhas”, finalizou.

Família – Alfredo Gomes Neto, 32 anos, um dos irmãos de Diego que estava arrolado como testemunha, foi dispensado do julgamento. Ao Campo Grande News, ele contou que a família sabia que o homem era usuário de drogas, porém não acredita na versão de que estava sob efeito de cocaína na hora do crime.

“Ele era uma pessoa bem difícil de lidar. Foi um momento bem difícil para a família. Todos os irmãos sempre tentaram ajudá-lo. Ele pedia para a gente conversar com nossa mãe para deixá-lo voltar para casa. Eu estava trabalhando quando ele me ligou falando que a encontrou caída quando chegou em casa”, explicou Alfredo.

Ao chegar à residência, Alfredo conta que não encontrou sinais de arrombamento e então teve certeza de que foi Diego o autor do assassinato.

“Não acreditamos no arrependimento dele e nem que ele estava sob efeito de droga. Acredito que houve uma discussão entre os dois e ele, com raiva, bateu nela com a pá. Na hora que cheguei dava para ver que ele estava normal, não tinha usado droga. Espero que ele fique preso porque aqui fora ele perdeu tudo”, pontuou.

Sobre o pedido de perdão do irmão, o homem diz que não aceita. "Hoje não aceito. Se ele queria o perdão devia ter falado na primeira audiência e agora está tentando amenizar porque ele sabe que a gente tem as provas e não tem o que fazer. Mas que bom que ele está consciente e confessou", finalizou.

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