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Capital

Fisgadas em festa regada a champanhe, vítimas de pirâmide perderam R$ 800 mil

Uma delas, moradora na Vila Planalto, diz que perdeu todas as economias e hoje vive do auxílio emergencial

Aline dos Santos | 16/04/2021 13:53
Lançamento de plataforma de criptomoedas durante evento em São Paulo.
Lançamento de plataforma de criptomoedas durante evento em São Paulo.

Ação na Justiça de Mato Grosso do Sul cobra devolução de R$ 800 mil e narra o enredo de golpe com promessa de muito dinheiro, onde o alvo é fisgado em festa cheia de glamour, regada a uísque importado, champanhe francesa e vinhos caríssimos. A cobrança é feita por cinco vítimas.

Rebatizada de marketing multinível, a prática se revela a antiga pirâmide, em que o negócio vem abaixo quando pessoas param de ser recrutadas. De acordo com o processo de nulidade de contrato, que tramita na 13ªvara Cível de Campo Grande, a proposta era obter renda com os serviços de compra e venda de moedas virtuais (criptomoedas).

As ações poderiam ser compradas com investimento de R$ 2 mil a R$ 10 mil. A promessa era rentabilidade mensal mínima de 299 dólares por ação (R$ 1.686) Atualmente, de acordo com o advogado José Luiz Saad, a rentabilidade é de R$ 0,10.

Conforme a denúncia, os irmãos Eliane Medeiros de Lima e Antônio Marcos Medeiros de Lima criaram plataforma de investimentos e trade de criptomoedas denominada Cointrade Crypto Exchange, formada inicialmente no Uruguai.  Na sequência, foi criada a Cointrade C.X, com sede em São Paulo, para operar no   Brasil.

“A estrutura da Cointrade, altamente exuberante, tinha um único objetivo, fazer vistas de competência, seriedade e dizia ser capaz de obter altos lucros aos olhos dos possíveis compradores de suas ações, fazendo com que estes clientes, ao contemplarem tal estrutura, cressem realmente na ‘boa-fé’ dos requeridos e num desenvolvimento de uma atividade séria, equipada e que seria altamente lucrativa”, informa o processo. As ações não tinham autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Material de divulgação anexado a processo que tramita em Campo Grande. (Foto: Reprodução)
Material de divulgação anexado a processo que tramita em Campo Grande. (Foto: Reprodução)

Uma das vítimas, moradora na Vila Planalto, relata que investiu R$ 8 mil, perdeu e passa pela pandemia com auxílio emergencial do governo. Já um casal de Santa Catarina investiu R$ 500 mil.

“Eles não são ricos, são pessoas que se desfizeram de seus bens para entrar no sistema. Os irmão simularam uma briga e desviaram o dinheiro. Começaram a comprar patrimônio próprio, carros, apartamentos”.

A ação tramita desde fevereiro na Justiça e ainda não houve decisão.

Ao Campo Grande News, Eliane Medeiros informou que “minha vida sempre foi pautada pelo trabalho e cumprimento irrestrito das normas legais”. E prossegue: “caso tenha sido, de fato, proposta a referida ação judicial, apresentarei minha manifestação pelos meios jurídicos apropriados, assim que for cientificada do inteiro teor do processo.”

A reportagem fez contato com a Cointrade C.X por rede social, mas não obteve retorno até a publicação da matéria. O Campo Grande News não conseguiu contato com Antônio Marcos Medeiros de Lima.

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