Gigantes de quase 4 mil m² se deterioram sem destino ou interessados em compra
Prédios que fizeram parte da história cultural da Capital, clubes Surian e Sírio-libanês, estão sem futuro
![Fachada do antigo Clube Surian, localizado na esquina da Avenida Mato Grosso com a Rua 13 de Junho (Foto: Marcos Maluf)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2024/05/03/u4suhoeepcdi.jpeg)
O tempo parece ter parado para dois prédios centrais de Campo Grande que já foram palco de frenéticos carnavais no passado. O Clube Surian e o Clube Sírio-libanês representam um deserto de concreto de 3.837,64 m², no coração da cidade. O destino das duas estruturas segue incerto.
Incorporado ao patrimônio da prefeitura desde 2021, o projeto de transformar o antigo Clube Surian, na Avenida Mato Grosso com a Rua 13 de Junho, em uma Escola Municipal de 2.547,64 m² acabou virando em nada.
A ideia de fazer obras de reforma e ampliação do prédio para atender 420 crianças na faixa etária entre 0 e 5 anos, em um lugar privilegiado da cidade, acabou esbarrando no processo licitatório.
![Projeto em 3D da Escola Municipal que seria criada no lugar onde antes era o Clube Surian (Foto: Reprodução)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2024/05/03/1grtlsy6qt6wr.png)
De acordo com a assessoria do município, as três tentativas de contratar uma empresa para fazer o serviço deram desertas. “Ou seja, não houve interesse de empresas na execução. A Prefeitura está reavaliando a finalidade do prédio, porém a intenção é que seja dentro da área da Educação”, explicou a nota.
A informação é a mesma repassada pelo Executivo em agosto do ano passado, quando o Campo Grande News também questionou o andamento do projeto. De lá para cá, já se passaram oito meses e não houve avanços. Enquanto isso, 1,2 mil famílias entraram com ações judiciais exigindo vaga em creches públicas de Campo Grande, no ano passado.
![Mapa mostrando a curta distância entre os dois prédios que foram palco de eventos culturais antigamente (Foto: Reprodução)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2024/05/03/10bxxbsttghlc.jpg)
Poucas quadras dali está uma estrutura privada que busca um comprador há mais de um ano, o Clube Sírio-libanês. O prédio de 1.290 m² fica na Rua Dom Aquino. Apesar de já ter aparecido alguns interessados na aquisição, como igrejas e grande empresas, ninguém quis pagar R$ 4 milhões por conta da falta de estacionamento.
A corretora do imóvel e sobrinha da proprietária, Lara Sleiman, contou que já pulou muito Carnaval no clube. “Era um máximo. Também tinham festas da colônia árabe. Era muito bom. Mas a cidade cresceu e as pessoas não costumam mais pular Carnaval em clube. Agora viajam nos feriados e ali não tem mais como ser um clube, temos que renovar”, assegura.
![Fachada do prédio do antigo clube Sírio-libanês, na Rua Dom Aquino, no Centro de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2024/05/03/urwj6vd2itv3.jpeg)
Com o aumento no número de veículos, o comprador do imóvel teria que investir na compra do estacionamento ao lado, que equivale a R$ 3 milhões. Somando, seriam necessários R$ 7 milhões para ter uma estrutura viável para abrir algum comércio na área central de Campo Grande.
Conforme informações do índice Fipezap, o metro quadrado no Centro é o segundo mais valorizado, custando R$ 5.583. A região só perde para o Prosa, que tem o metro quadrado a R$ 8.275.
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