ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 21º

Capital

Grávida de 5 meses perde gêmeos e denuncia negligência de hospital

Nadyenka Castro e Helton Verão | 18/02/2013 17:56
Leila, de blusa vermelha, e a filha Sabrina. (Foto: Pedro Peralta)
Leila, de blusa vermelha, e a filha Sabrina. (Foto: Pedro Peralta)

A família de Sabrina Marcelle Silva Oliveira, 19 anos, e a Associação de Vítimas de Erros Médicos denunciaram ao MPF (Ministério Público Federal) negligência em atendimento a jovem, no HU (Hospital Universitário), em Campo Grande.

Sabrina e a mãe, Leila, contam que a jovem passou mal no dia 21 de janeiro quando a gestação estava no quinto mês. Ela teve perda de líquido e foi atendida na unidade de saúde do bairro Aero Rancho e de lá foi transferida para o HU, cuja médica tratou o caso como infecção urinária e receitou pomada metronidazol.

A jovem seguiu a orientação médica e ao urinar no dia seguinte, voltou a passar mal e viu que a cabeça do feto estava para fora. Ela e a mãe voltaram para o HU, o atendimento foi feito pela mesma obstetra que constatou a morte do feto.

Quando a filha já estava em observação, tomando soro, a mãe estranhou a barriga ainda grande. Foi feito exame de toque e verificado que havia outro feto: a jovem estava grávida de gêmeos sem saber. Segundo ela, no primeiro exame só foi confirmado um bebê.

O ultrassom foi feito pela própria médica, que, segundo a família, havia recusado fazer o exame no primeiro atendimento, ainda no dia anterior. “Ela disse que não tinha ninguém para fazer o exame e que ela não poderia fazer”, fala Leila.

Além de confirmar a gravidez de gêmeos, o ultrassom constatou que o feto também não respirava e foi retirado. A família foi então orientada a deixar os fetos no hospital, para necropsia, e a buscar o laudo no dia 22 de fevereiro. De acordo com Leila, nem ela e nem a filha assinaram qualquer documento no hospital.

Agora, mãe, filha e a Associação de Erros Médicos dizem que a pomada prescrita pela médica é indicada somente até o terceiro mês de gestação e que não assinaram qualquer documento sobre os fetos. Diante disso, denunciaram o atendimento ao MPF e vão comunicar o caso também à Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Elas querem poder enterrar os gêmeos.

Fundador e presidente da Associação há cinco anos, Valdemar Moraes, disse que pode ter havido ocultação de cadáver e a Justiça será acionada para verificar o caso. Ele também não descarta pedido de indenização. O HU apura o caso.

Nos siga no Google Notícias