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Capital

Grupo de traficantes mantinha venda de drogas em “fortaleza” na Nhá Nhá

Bruno Chaves | 09/04/2014 15:51
Thiago, de branco, confessa envolvimento no crime. Irmã dele, Dayane, diz que é trabalhadora e caiu de gaiato na operação policial (Foto: Cleber Gellio)
Thiago, de branco, confessa envolvimento no crime. Irmã dele, Dayane, diz que é trabalhadora e caiu de gaiato na operação policial (Foto: Cleber Gellio)

Dois irmãos de 26 e 27 anos foram presos por policiais da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), na segunda-feira (7), acusados de integrar uma quadrilha especializada em tráfico de drogas. O grupo vendia cocaína em uma “fortaleza” da Travessa da Passagem, na Vila Nhá Nhá, em Campo Grande. O bairro, em 2012, passou por uma mega operação e “ocupação” da polícia que resultou na prisão de dezenas de traficantes.

Dayane e Thiago Franco da Silva foram presos na casa da mãe deles, que fica na Rua Tenente Gabino, Paraty II, após seis meses de investigação. “Na última segunda-feira, o Thiago foi até à casa da mãe e foi seguido pela polícia. Quando a irmã dele chegou, fizemos a abordagem e encontramos a droga”, disse o delegado titular da Denar, Rodrigo Yassaka.

Com o traficante, foram encontrados aproximadamente dois quilos de pasta base de cocaína. Já a mulher tinha 170 gramas do mesmo entorpecente. “Essa quantidade de droga está avaliada em R$ 12 mil reais e se for vendida em pequenas porções pode render até R$ 20 mil”, contou o delegado.

A casa onde Thiago morava na Vila Nhá Nhá foi considerada uma pequena fortaleza pela polícia, pois o local era monitorado por câmeras de segurança. Para o delegado, a intenção do traficante era monitorar a ação policial com o intuito de se desfazer de qualquer vestígio do tráfico quando fosse abordado.

No local, a polícia apreendeu vários aparelhos eletrônicos, como TVs, sons e notebooks, e chips de celulares, que são produtos sem procedência comprovada. O traficante ainda tinha uma pistola 380 e várias munições, além de R$ 346. Dois veículos utilizados no tráfico, um GM Celta e uma Yamaha YBR, também foram apreendidos.

Além dos irmãos Franco da Silva, a polícia prendeu, na terça-feira (8), Leonardo Assunção da Silva, 19 anos, conhecido como Ting Ling. A participação dele na quadrilha ainda é investigada, mas a polícia tem certeza que o três agiam em conjunto.

Com o jovem, os policiais apreenderam duas armas de fogo, uma pistola 380 e um revólver calibre 38, além de várias munições. Ele estava na residência em que morava no bairro Jóquei Clube. A primeira arma estava embaixo do colchão e a segunda dentro de um criado mudo.

Na fortaleza, polícia apreendeu drogas, arma, munições e objetos sem procedência definida. Dois veículos também foram apreendidos (Foto: Cleber Gellio)
Na fortaleza, polícia apreendeu drogas, arma, munições e objetos sem procedência definida. Dois veículos também foram apreendidos (Foto: Cleber Gellio)
Além de casal de irmãos, polícia prendeu jovem de 19 anos acusado de participação no bando. Com ele, foram encontradas duas armas de fogo (Foto: Cleber Gellio)
Além de casal de irmãos, polícia prendeu jovem de 19 anos acusado de participação no bando. Com ele, foram encontradas duas armas de fogo (Foto: Cleber Gellio)

Tráfico em família – Conforme informações do delegado Yassaka, o tráfico de drogas envolvendo famílias vem crescendo em Campo Grande nos últimos anos. “É uma realidade que vem sendo notada, cada vez mais. Quando um integrante da família entra nesse tipo de crime, acaba levando os outros”, exemplificou.

Com isso, quando o líder da família é preso acaba passando o comando da venda ilegal de drogas para outro. “Por esse e outros motivos, o tráfico é um tipo de crime que a investigação é difícil. Esses traficantes costumam ficar com pouca quantidade de drogas nas casas para quando forem presos alegarem que são usuários”, pontuou.

Tráfico para o sustento – Questionado pela imprensa sobre o motivo de traficar drogas, Thiago Franco da Silva, 27, apontado como líder da quadrilha, afirmou que entrou no “ramo” há dois anos para sustentar a família.

“Ninguém arruma serviço para os outros. Tenho que sustentar três filhos. Sou baleado e meu braço não funciona, como vou arrumar um serviço?”, indagou. Ele afirmou que essa foi a única solução encontrada para ganhar dinheiro. Na pequena fortaleza que Thiago mantinha na Nhá Nhá, moravam ele, a esposa e os três filhos.

Já a irmã dele, Dayana Franco da Silva, 26, contou que trabalha com carteira assinada e não possui nenhum envolvimento com o crime. “Faço pós-obra e cai nessa prisão como gaiato”, afirmou, emendando que só falaria em juízo.

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