Guarda municipal que atirou em filho de PM vai responder em liberdade
O servidor passou por audiência de custódia nesta manhã e foi liberado para responder ao processo em liberdade
O guarda civil metropolitano de 37 anos, preso no sábado (28) após atirar e acertar o rapaz de 18 anos, filho de um policial militar, passou por audiência de custódia na manhã desta segunda-feira (30) e foi liberado. O caso aconteceu na região do Porto Seco Intermodal, local conhecido como “manobrinha”. O servidor, que foi indiciado por lesão corporal e disparo de arma de fogo, alegou ter atirado em legítima defesa.
“Analisando o caso concreto constato que não estão preenchidos os requisitos para a decretação da prisão preventiva cabendo, à vista da necessidade de adequação da medida às circunstância do fato e condições pessoais do custodiado, especialmente em razão da primariedade, dos bons antecedentes, bem como de ter informado possuir residência fixa e trabalho lícito, entendo ser cabível a concessão da liberdade provisória”, decidiu o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida.
Conforme boletim de ocorrência, por volta das 16h40, a equipe da guarda municipal fazia ronda no terminal intermodal, quando se deparou com aglomerado de pessoas realizando manobras perigosas (rachas). Ao ligar o giroflex da viatura, os frequentadores do espaço começaram a se dispersar. A equipe, então, ordenou a parada de alguns condutores para a checagem deles. Foi neste momento que os guardas escutaram disparos vindo em direção à viatura, não dando para identificar quem atirava em razão do grande número de pessoas no local.
Ainda segundo o registro policial, no momento da confusão foi possível identificar apenas o lado que ocorriam os estampidos, barulho que se assemelhava com tiros. O guarda, então, fez o disparo em direção a uma das motos, e os frequentadores foram para uma área conhecida como valetão, que só entra motocicletas. A equipe permaneceu no local para que os jovens não retornassem e não fizessem baderna. Até então, a equipe não sabia que havia baleado alguém.
Cerca de 15 minutos depois, três homens em um Renault Sandero chegaram e um deles se identificou como policial militar. Ele disse que era pai do rapaz baleado. Segundo os guardas, como não sabiam que alguém havia sido atingido, não souberam dar informação sobre os fatos. Eles relataram ainda que voltaram no valetão para prestar socorro à pessoa baleada, mas foram impedidos pelas equipes da Polícia Militar.
O rapaz baleado foi socorrido à Santa Casa, onde passaria por cirurgia. Ainda conforme registro policial, a vítima foi lesionada na clavícula com perfuração por disparo de arma de fogo com entrada nas costas e não corre risco de morte. A arma do guarda municipal foi apreendida.
O local que era para funcionar o Terminal Intermodal de Cargas de Campo Grande, conhecido como Porto Seco, fica às margens do anel viário, num trecho que liga as saídas para São Paulo, Sidrolândia e Corumbá.
