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Capital

Homem estupra enteada de 12 anos e culpa mulher por não denunciar crime

Construtor de 33 anos vivia com a mãe da menina há 10 anos e disse que há dois meses passou a ver a enteada com "olhos de malícia"

Silvia Frias | 22/01/2020 09:41
Casal e a menina, vítima de estupro, prestaram depoimento na Depca, em Campo Grande (Foto/Arquivo)
Casal e a menina, vítima de estupro, prestaram depoimento na Depca, em Campo Grande (Foto/Arquivo)

Um construtor de 33 anos foi preso em flagrante pelo estupro da enteada de 12 anos. Há dois meses, ele relatou à esposa, mãe da menina, o desejo pela vítima e culpa a mulher, dizendo que poderia tê-lo denunciado à polícia, pois “é falho, feito de carne e é cristão”.

O homem foi preso ontem à tarde, por volta das 14h, pela PM (Polícia Militar) e hoje, na audiência de custódia, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva.

Segundo boletim registrado na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), o construtor é casado com a mãe da vítima há 10 anos, com quem teve dois filhos, uma menina de 9 anos e um garoto de 7 anos. Na casa, também moram outros dois filhos dela: a de 12 anos e o mais velho, de 15 anos.

Inicialmente, a PM foi acionada para caso de violência doméstica no bairro Universitário. Na casa da família, encontram o casal e a mulher, manicure de 30 anos, denunciou o marido, dizendo que ele estuprou a criança naquela madrugada.

No relato da mulher, há dois meses ele confessou que está “gostando da menina”, sabia que não era certo, mas a olhava “com olhos de malícia”. A manicure parou de trabalhar, passou a vestir a criança com roupas mais fechadas para que o marido não sentisse vontade de se aproximar da enteada, mas ouviu dele que “não adianta cuidar muito, um dia ela vai ser minha ou de qualquer outro homem”.

Na madrugada de ontem o casal conversava na cama e o construtor voltou a falar que queria manter relações sexuais com a enteada, já que a mulher não fazia sexo todos os dias. Os dois dormiram e, mais tarde, ela acordou ao notar que o marido havia se levantado e a trancado no quarto.

Pelo barulho, percebeu que o homem foi até o quarto das meninas de 9 e 7 anos. Ela gritava e batia na porta, mas o ouvia dizer para que ficasse quieta, pois algo pior poderia acontecer.

Por volta das 4h, ele voltou para o quarto e disse que “agora já foi feito, não quero mais que você se meta na nossa vida”. No dia seguinte, segundo depoimento, ela tentou agir normalmente até que tivesse oportunidade de chamar a policia, mas ele a obrigou a sair de casa e tomou o celular. O casal voltou para casa por volta das 10h, mas somente às 15h, quando o marido dormiu, que a manicure ligou para a PM.

A manicure relatou, ainda, que o flagrou com as mãos nas nádegas na menina na madrugada de 17 de janeiro, sexta-feira, mas foi ameaçada com uma faca por ele. Em outra noite, viu o marido dormindo entre as meninas, apenas de cueca, virado para a enteada.

Em depoimento à polícia, a menina de 12 anos disse que começou a ser abusada pelo padrasto há dois anos, quando ele começou a filmá-la durante o banho e tocá-la. O homem disse que faria mal à mãe dela caso o denunciasse.

À polícia, o construtor confessou o estupro, mas disse que não chegou a consumar o ato com penetração. Na versão dele, o desejo começou há dois meses e alertou a mulher. Por isso, segundo o construtor, ela tem responsabilidade pelo que aconteceu, pois poderia ter evitado, caso acionasse a polícia.

O homem já tem passagem por porte ilegal de arma, dano, violação a domicílio, lesão corporal e violência doméstica. A manicure ainda pode ser presa caso não apresente o celular do marido, o lençol da cama da filha de 12 anos e a leve à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para receber medicamentos. A mulher também deve levar a filha de 9 anos para prestar depoimento, para verificar se a menina não foi estuprada pelo pai.

#matéria atualizada às 11h06 para acréscimo de informações sobre audiência de custódia

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