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Capital

Homem que matou professor deve se entregar às 10 horas de quinta-feira

Ricardo Campos Jr. | 18/03/2015 15:36

O assassino do professor Bruno Soares Santos deve se apresentar amanhã, às 10 horas, na 1ª Delegacia de Polícia, na rua Padre João Crippa. O advogado dele, Marcos Ivan, deu entrevista na tarde de hoje e detalhou a versão apresentada pelo cliente que, segundo ele, está escondido em uma cidade perto de Campo Grande.

A defesa vai sustentar que Francimar Câmara Cardoso atirou apenas para “assustar” a vítima, com uma arma herdada do pai, agindo sob grande revolta, diante da história de abuso sexual contada pela esposa, Rosângela. “Ele queria atirar para cima, mas se desesperou. Era uma espingarda que há 20 anos ninguém mexia. Tinha uma bala só”, garantiu o advogado.

Na versão do advogado, a esposa só revelou o abuso no último fim de semana, encorajada pela mãe. “O Bruno assediava a Rosângela há um bom tempo, e ela sempre se esquivava. Quando ocorreu o caso, ela escondeu de todo mundo. Depois registrou o B.O, apoiada por uma amiga e só agora contou para a mãe”, assegura Marcos Ivan. Os dois estão casados há pouco tempo, desde junho de 2012.

No Boletim de Ocorrência registrado por Rosângela, ela diz que no dia 23 de fevereiro, Bruno saiu do trabalho às 17 horas. Como precisou fazer hora extra, só deixou a escola onde os dois trabalhavam por volta das 19h.

Mesmo assim, Bruno teria decidido esperar ela no ponto de ônibus, na rua Maracaju. Quando a mulher chegou, o colega teria estendido a mão como se fosse a cumprimentar, mas acabou puxando Rosângela para um corredor escuro.

Ela conta que ficou sobre um degrau e, por isso, conseguiu desequilibrar Bruno e fugir, pegando o primeiro ônibus que apareceu.

No outro dia, procurou a escola, pediu demissão e relatou o caso ao diretor, mas ele teria colocado “panos quentes” e orientado a resolver a situação com o professor, já que não havia acontecido dentro da empresa.

“Depressiva, ela começou a tomar remédios e o Francimar desconfiou. Ela dizia que era um problema com a mãe, não tinha coragem de contar”, afirma o advogado.

Três semanas depois, visitou a mãe em Aquidauana, revelou o crime e acabou convencida de que teria de contar ao marido. “Com medo, ela levou ele até a casa da mãe no final de semana e contou”, diz o advogado.

A defesa vai sustentar diante do júri que Francimar estava nervoso por conta da situação. “O sentimento de ódio e a raiva são dominantes. Ele ficou cego”, alega.

Para o advogado, o pedido de prisão temporária é injusto, já que o cliente não tem antecedentes criminais, tem endereço fixo e todos os elementos para aguardar a sentença em liberdade. “Respeito a decisão do delegado, mas entendo que ela foi injusta, prematura, primaria, precária e insensível”.

A ideia é respeitar a prisão por 5 dias e depois entrar com pedido de liberdade, caso seja concedida prisão preventiva. “Não queremos que digam que ele atrapalhou as investigações”, argumenta.

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