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Capital

Hospital de Câncer pede bloqueio de R$ 1,3 milhão dos cofres da Prefeitura

Unidade está sem receber repasses e pede na Justiça o pagamento

Nyelder Rodrigues | 27/12/2016 23:37

A Fundação Carmem Prudente de Mato Grosso do Sul, mantenedora do Hospital de Câncer Alfredo Abrão, impetrou outra ação nesta terça-feira (27) pedindo o bloqueio de R$ 1,39 milhão das contas da prefeitura de Campo Grande. O motivo é o mesmo do bloqueio anterior, a falta de repasses à unidade.

Entretanto, o valor anterior, de R$ 1,8 milhão, é referente a verbas provenientes da própria prefeitura. Já este R$ 1,3 milhão, segundo o diretor-presidente do hospital, Carlos Coimbra, são recursos depositados pela União para o município, que deveria repassar ao HC o dinheiro até ontem (26), o que não ocorreu.

"Aguardamos a decisão para amanhã já", comenta Carlos Coimbra, frisando também aguardar para semana que vem o desfecho do imbróglio do primeiro bloqueio, já que 90% dos atendimentos do hospital são feitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Os bloqueios judiciais de contas da prefeitura estão marcando o fim do mandato do prefeito Alcides Bernal (PP). Além do Hospital do Câncer - a qual a prefeitura já diz ter recorrido -, a Justiça deu decisão favorável à CG Solurb.

Entretanto, hoje a Justiça negou pedidos feitos pela Santa Casa de Campo Grande e vários sindicatos, afirmando que se tal pedido fosse acatado, o problema do 13º salário dos servidores poderia ser resolvido, mas os salários de janeiro estariam em risco, já que o caixa está em baixa, gerando outro problema.

Fechamento de leitos - Além disso, Coimbra garante que não há atrasos de pagamentos de funcionários ligados diretamente ao Hospital do Câncer, nem possibilidade de fechamento de leitos ou setores por causa destes atrasos. Tais situações foram cogitadas por trabalhadores do local após reunião feita nesta noite.

"Pagamos todos, quitamos o 13º salário e estamos realizando o pagamento dos fornecedores a medida que estão apresentando as notas fiscais dos serviços prestados. Isso inclui também as empresas que terceirizam funcionários", comenta Coimbra.

Enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais trabalhadores do HC entraram em contato com a reportagem para contar que participaram de reunião hoje à noite, onde receberam a informação de que, caso a falta de repasses persista, poderá haver cortes no local, com fechamento de vagas em CTI (Centro de Tratamento Intensivo).

Eles também relatam que estão sem receber o 13º salário e que não há indicativo de quando deve acontecer tal pagamento. Médicos também já teriam sido afastados. Coimbra nega afastamentos, mas afirma não saber se há atrasos de funcionários terceirizados, informação que deve ser levantada.

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