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Capital

Inaugurado há 7 dias, placar ficou apenas dois sem mortes no trânsito

Fabiano Arruda | 18/05/2011 12:01

Placar foi zerado de sexta a segunda; uma morte foi registrada por dia

Placar inaugurado na semana passada foi zerado por quatro dias. (Foto: João Garrigó)
Placar inaugurado na semana passada foi zerado por quatro dias. (Foto: João Garrigó)

Após sete dias, o “Placar da Vida”, inaugurado para contabilizar quantos dias Campo Grande fica sem registrar mortes no trânsito, marcou apenas dois dias sem vítimas, que foram quarta e quinta-feira da semana passada.

Na sexta, sábado, domingo e segunda o placar foi zerado por conta das mortes. Hoje o placar entra no segundo dia sem óbitos.

O quadro zera não só quando são registradas mortes nas vias de Campo Grande, mas também caso alguma vítima de acidentes, internada na Santa Casa, venha a óbito.

E foi no hospital que o GGIT (Gabinete de Gestão Integrada de Trânsito) se reuniu nesta manhã para discutir as ações sobre os primeiros dias do placar.

O comitê, que vai se reunir uma vez por mês, envolve integrantes de diversos órgãos, entre eles, Corpo de Bombeiros, Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito), Santa Casa e Samu.

Por meio do comitê será possível integrar o número de acidentes registrados por cada órgão e ampliar o banco de dados. A partir daí, o grupo pretende mapear e traçar detalhes sobre acidentes de trânsito na Capital.

Filosofia - Segundo o chefe da divisão de fiscalização da Agetran, Éder Cruz, a principal filosofia do grupo é inverter o tratamento dado para assuntos que envolvem o trânsito.

“Devemos mudar a cultura. Ao invés de valorizar o número de mortes vamos contar os dias sem vítimas. Há uma banalização sobre o assunto. Esta mudança é um processo de longo prazo”, comentou, citando a cidade de São José dos Campos (SP) que adotou a medida e é referência no País por ter reduzido em 65% o número de acidentes de trânsito em cinco anos.

Além disso, a implantação do placar é vista como esperança pelas entidades para reduzir a quantidade de vítimas que são internadas na Santa Casa com traumas causados por acidentes de trânsito.

Acidente na Gury Marques está entre as mortes registras no último final de semana na Capital. (Foto: Jonathas Cunha)
Acidente na Gury Marques está entre as mortes registras no último final de semana na Capital. (Foto: Jonathas Cunha)

Números - Com quatro mortes registradas da última sexta-feira até segunda, o final de semana passado foi o mais violento na Capital. Segundo o diretor técnico da Santa Casa, Geraldo Faria, hoje são cerca de 70 pacientes internados com o mesmo quadro clínico no hospital. Por conta do volume, ontem e hoje as cirurgias eletivas estão suspensas na unidade.

“O setor cirúrgico chegou a ter 25 pessoas com traumas causados por acidente aguardando cirurgia. Muitas vezes é uma demanda que não conseguimos atender, o que acaba por travar outros setores”, explica.

Faria aponta que os números flutuam e variam a cada dia. Como exemplo cita que os acidentes graves registrados no trânsito ocorrem com maior incidência entre o 5º e 10º dia útil do mês, época de pagamento.

“São muito jovens internados, que geralmente se acidentam com motos e após ter ingerido bebida alcoólica. Creio que o painel deve contribuir com a educação e mudança de comportamento do condutor em Campo Grande”, explica.

Outro dado apontado pelo diretor é que no sábado a Santa Casa realizou 22 cirurgias causadas por traumas, 23 no domingo e na segunda já havia a demanda de outras 25. “A maioria é de trauma simples, mas isso atrapalha outros setores”, comenta Geraldo.

Grupo - Os representantes dos órgãos presentes na reunião desta quarta-feira foram unânimes ao apontar que o maior problema da situação do trânsito ocorre por alta velocidade, ingestão de bebidas alcoólicas na condução dos veículos e jovens como predominância nas estatísticas.

Além do painel, outra ação do grupo foi a pintura, na semana passada, de 55 estrelas em vias que registraram mortes por acidentes e 40 delas já tiveram relatórios elaborados. Segundo informações do GGIT apenas três pontos precisam de melhorias na sinalização.

As ações do GGIT seguem projeto mundial da ONU intitulado “Década de Ação pela Segurança Viária”. Em Campo Grande, após as reuniões mensais, o grupo vai atuar com palestras, cursos e atividades educativas. No mês que vem, as ações devem ser voltadas para a Lei Seca.

55 estrelas foram pintadas em vias que registraram mortes em acidentes.
55 estrelas foram pintadas em vias que registraram mortes em acidentes.
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