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Capital

Jornalista percorre 11 bairros, monta dossiê e denuncia abandono

“Já tem mais de dois meses que não há varrição na minha rua. Antes, eles passavam de 15 em 15 dias”, conta o jornalista

Ricardo Campos Jr. | 21/01/2016 17:52
No Jardim Mansur, mato de terreno baldio invade a calçada (Foto: Carlos Pereira / arquivo pessoal)
No Jardim Mansur, mato de terreno baldio invade a calçada (Foto: Carlos Pereira / arquivo pessoal)
Rua tomada pelo mato em Campo Grande (Foto: Carlos Pereira / arquivo pessoal)
Rua tomada pelo mato em Campo Grande (Foto: Carlos Pereira / arquivo pessoal)

Incomodado com a falta de limpeza em ruas, praças e parques, o jornalista Carlos Roberto Pereira percorreu onze bairros de Campo Grande fotografando locais com acúmulo de mato e lixo. Anexou as imagens a uma representação feita ao MPE (Ministério Público Estadual) por acreditar que o caso reflete a má gestão, configurando “uma ofensa aos direitos da população”.

“Já tem mais de dois meses que não há varrição na minha rua. Antes, eles passavam de 15 em 15 dias”, conta o jornalista. Ele mora no bairro Moreninhas III.

Na denúncia, Pereira afirma que entrou em contato com a prefeitura mais de dez vezes entre os meses de dezembro do ano passado e janeiro de 2016 reclamando da sujeira na rua, “mas nunca fui atendido em minhas demandas”.

Segundo ele, ao lado da creche na região há um terreno com o acúmulo de mato e lixo. Quando o jornalista expôs a situação, equipes da Seinthra (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) foram ao local e resolveram o problema, “mas aquela limpeza de todos os dias, de todas as semanas, a gente não vê mais”, comenta.

Pereira questiona a importância que o município está dando para os serviços urbanos, já que está prestes a gastar com o carnaval.

“Nada contra quem gosta da festa, mas o prefeito pediu situação de emergência em Campo Grande [por conta da dengue]. Outros municípios que decretaram emergência por conta das chuvas estão cancelando as festas e nós não sabemos se vai ter mais chuva. Limpando, ele não está”, pontua.

Para obter exemplos que subsidiassem a representação, o jornalista resolveu percorrer Campo Grande, do próprio bairro até regiões mais nobres, para mostrar que o descaso está em todos os lugares.

“Dá repulsa ver esse tipo de situação em uma cidade que já foi uma das mais bonitas. A nossa cidade está simplesmente acabando”, afirma.

Entre os pontos visitados pelo jornalista estão o Jardim Paulista, na praça localizada ao lado da Faculdade Estácio de Sá; o Jardim Mansur, perto da Bom Pastor, onde o mato está invadindo a calçada; a praça da rua Jeribá, na Chácara Cachoeira; região próxima ao cemitério Santo Amaro e o Tiradentes, onde há um terreno sujo perto do asilo São João Bosco.

Pereira reconhece que em alguns casos os terrenos são particulares, mas aponta que mesmo assim, sendo responsabilidade dos donos realizarem a limpeza, o poder púbico deveria pelo menos cobrar mais ou adotar atitudes mais enérgicas.

Conforme o Ministério Público, a denúncia foi encaminhada ao gabinete do procurador-geral de Justiça para análise. Ao Campo Grande News, a prefeitura, por meio da assessoria de imprensa, que só vai se manifestar quando for oficiada pelo MPE.

Área pública na Mata do Jacinto (Foto: Carlos Pereira / arquivo pessoal)
Área pública na Mata do Jacinto (Foto: Carlos Pereira / arquivo pessoal)
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