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Capital

Limite de coleta exige peregrinação para descarte em Ecopontos

Profissionais que fazem descarte relatam prejuízos ao percorrer até cinco unidades por dia

Por Gustavo Bonotto e Geniffer Valeriano | 09/10/2023 16:54
José Auri percorreu dois Ecopontos para conseguir descartar 2m³ (Foto: Paulo Francis)
José Auri percorreu dois Ecopontos para conseguir descartar 2m³ (Foto: Paulo Francis)

Com limite de um metro cúbico ao dia, profissionais que realizam o descarte correto e regular de resíduos de construção, recicláveis, sobras de podas e madeiras precisam percorrer longas distâncias entre Ecopontos de Campo Grande, são cinco unidades na cidade.

A limitação resulta em prejuízos para quem realiza fretes. Este é o caso de José Auri, de 61 anos, que chega a percorrer 17 km entre um Ecoponto e outro. Para a reportagem, o jardineiro ressaltou que precisa reduzir seu trabalho diário para não exceder a cota diária. "Se tenho três fretes, preciso racionar e até agendar para fazer o descarte da quantidade exata, assim consigo evitar problemas".

Auri diz que entende o limite de utilização voltado à população. No entanto, o gasto para percorrer os ecopontos pode sair mais caro que o recebido pelo frete. "Os locais profissionais são caros. Não consigo fazer uma viagem de R$ 100 e ter de pagar quase R$ 90 pelo uso. Assim não tenho retorno da mão de obra, e se aumentar o preço, fico sem clientes", explica.

Distância percorrida por Auri para realizar o descarte de 2m³. (Arte: Barbara Campiteli)
Distância percorrida por Auri para realizar o descarte de 2m³. (Arte: Barbara Campiteli)

Já o jardineiro Ricardo Lipovieski ressalta que trabalha em várias residências, e a utilização diária deveria ser feita em nome do dono do imóvel, não do profissional. "Se eu retirar 1m³ pela manhã, não posso descartar outro metro cúbico pela tarde. O ideal seria o cadastro de descarte em nome dos proprietários. A minha reivindicação é a ampliação de coleta para quem tem CNPJ e trabalha com a limpeza urbana".

Vale ressaltar que, desde 2018, a Capital conta com cinco unidades que gerenciam resíduos sólidos. São eles: Ecoponto Panamá, Ecoponto Noroeste, Ecoponto Nova Lima, Ecoponto União e Ecoponto Moreninhas.

O Campo Grande News foi aos ecopontos situados nos bairros Jardim Panamá e União. No local, foi informado que as unidades não têm estrutura física para ampliar a quantidade de resíduos captados diariamente. Quem busca realizar descarte superior a 2m³ é orientado a se deslocar para as outras unidades.

Além disso, desde 1º de setembro de 2023, a concessionária responsável não aceita mais a descarga parcial nos ecopontos. Isto é, o munícipe não pode fazer duas viagens para o mesmo ecoponto ainda que o resíduo seja inferior a 1m³.

A reportagem questionou a concessionária Solurb, responsável pelos Ecopontos, assim como a Prefeitura de Campo Grande por e-mail e telefone, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço continua aberto para declarações futuras.

Mudanças - Na última sexta-feira (6), a Câmara Municipal de Campo Grande abriu a discussão entre órgãos públicos e usuários dos ecopontos. Para representantes da Casa de Leis, urge a necessidade de normatizar o descarte de resíduos.

"Além de serem poucos locais para destinação de entulho, tem uma limitação na quantidade já que é possível o descarte de apenas 1 metro cúbico por vez. Coloquei nessa Audiência Pública que necessitamos de pelo menos 10 ecopontos, pois temos regiões que precisam e para fazer o descarte é necessário ir muito longe. Além disso, precisamos discutir as leis para ampliar o descarte de resíduos”, ressaltou o vereador Ronilço Guerreiro (Podemos).

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