ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, DOMINGO  05    CAMPO GRANDE 31º

Capital

Longe dos gêmeos que acabam de nascer, Michella luta contra sequelas da covid

Foram 13 dias em coma induzido após o parto e, ao acordar, mãe de gêmeos descobriu paralisia do corpo

Aletheya Alves | 03/12/2020 16:03
Michella antes do novo coronavírus ainda grávida. (Foto: Arquivo pessoal)
Michella antes do novo coronavírus ainda grávida. (Foto: Arquivo pessoal)

Depois de 13 dias intubada e parto prematuro de gêmeos devido às complicações do novo coronavírus, Michella Prado relata que venceu a covid-19, mas sequelas ficaram. Ao acordar de coma induzido no último domingo (29), ela descobriu paralisia do corpo.

A sensação é de recomeço, Deus me deu outra oportunidade de viver. Ao mesmo tempo é tão desesperador porque você quer fazer as coisas, mas não consegue.

Aos seis meses de gestação, Michella recebeu diagnóstico de coronavírus em 16 de novembro e foi rapidamente internada no Hospital Regional. No dia seguinte o parto de Radassa e Calebe foi realizado, assim como intubação da mãe por estar com pulmão comprometido.

Michella após cura da covid ao lado do marido, Adão Nunes. (Foto: Arquivo pessoal)
Michella após cura da covid ao lado do marido, Adão Nunes. (Foto: Arquivo pessoal)

Na casa de familiares e curada da covid-19, a mãe conta como foi acordar em meio a tanta informação. “Tive sequelas, perdi todos os movimentos e só consigo falar. Não consigo andar, não consigo pegar um copo d’água, pegar comida”, diz.

Ainda tentando assimilar, ela explica que não sabia que as consequências da doença poderiam ser tão intensas. “Eu pensei que fosse morrer, sinceramente, pensei que fosse morrer. O médico disse que por ter ficado muito tempo em coma, tive as sequelas. É desesperador, horrível”.

Devido às consequências, Michella também teve pouco tempo de contato com os filhos, que continuam internados. “Vi eles ontem quando recebi alta, mas como não consigo levantar, a incubadora ficou mais alta que eu. Foi bem superficial”, explica.

Olha, eu sempre me cuidei. Trabalhava e falava para as clientes de máscara, mas agora vou na luta porque as crianças precisam de mim.

Agora, a preocupação é tentar recuperar os movimentos em plena pandemia. Conforme explicado por Michella, encontrar médicos que estejam disponíveis para buscar tratamento parece complicado já que todo o foco está direcionado ao novo pico de covid-19.

"A gente recebeu muita doação para as crianças, ajudou muito e sou grata a todos. Agora vou atrás de fisioterapia", conta.

Roupas que foram doadas para Radassa e Calebe. (Foto: Arquivo pessoal)
Roupas que foram doadas para Radassa e Calebe. (Foto: Arquivo pessoal)

Novo pico - Em boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira (3) foi informado que a média móvel de novos casos da última semana é maior do que a registrada em agosto, quando houve maior pico da doença.

Seguindo os números, internações em leitos clínicos e de terapia intensiva em hospitais privados pelo coronavírus também superaram pico da doença em setembro.

Nos siga no Google Notícias