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Capital

Luta de José acabou, mas sangue doado a bebê ajudará quem precisa

Sábado foi dia de solidariedade no Hemosul e muitas pessoas quiseram doar sangue, sem saber que bebê de oito meses não resistiu

Izabela Sanchez | 27/04/2019 12:14
Hemosul estava lotado na manhã de sábado (Foto: Henrique Kawaminami)
Hemosul estava lotado na manhã de sábado (Foto: Henrique Kawaminami)

A resistência do pequeno José Vieira de Faria, de 8 meses, não encontrou mais forças neste sábado (27), em Campo Grande. O bebê faleceu decorrente de problemas cardíacos, mas o apelo da família por plaquetas continuou a sensibilizar mesmo depois de José ter deixado este mundo. Durante a manhã, muitas pessoas procuraram o Hemosul para doar sangue ao pequeno.

Segundo a organização do Hemosul, parte do grande volume de doadores na manhã deste sábado era de pessoas que se solidarizaram com a luta da criança para viver. Internado desde o dia 23 em um hospital de Campo Grande, José faleceu porque diagnosticaram que seu pulmão não era adaptado com os batimentos cardíacos e para a recepção de oxigênio, segundo informações da família à reportagem.

A procura de quem tentou salvar o bebê, ainda assim, não foi em vão. O Hemosul continua carente de plaquetas pela epidemia de dengue que acomete Campo Grande e sempre precisa de sangue tipo O negativo, o mais raro entre as variações sanguíneas.

Teve até quem ficou em pé em meio ao movimento do Hemosul (Foto: Henrique Kawaminami)
Teve até quem ficou em pé em meio ao movimento do Hemosul (Foto: Henrique Kawaminami)

O banco de sangue esteve lotado na manhã de hoje, quando 154 pessoas foram doar sangue - número que pode ser maior, já que o expediente para doação ainda não havia terminado – um volume que supera a quantidade de pessoas que costumam doar durante a semana. Em um dia comum é necessário todo o período para que o Hemosul consiga atrair 140 doares e ainda assim não alcança o número deste sábado.

É durante os sábados que muitas empresas e organizações aproveitam para colocar em prática campanhas de doação. É o caso do empresário Eduardo Metello, 36, que já é doador há 6 anos e levou alguns funcionários durante a manhã. Eduardo costuma doar sangue, que é do tipo O negativo, a cada três meses. “Normalmente venho quando está mais tranquilo e costuma ser bem rápido”, comentou.

O funcionário público Alberto Pires Gonçalves, 54, doa há 10 anos seu sangue, do tipo B negativo. “Quando tem uma campanha geralmente vem bastante gente, durante a semana já é mais tranquilo. Tem vezes que algum amigo precisa, mas criei o hábito. Sempre faço a doação fora do expediente”, afirma.

Alberto é funcionário público e doador há 10 anos (Foto: Henrique Kawaminami)
Alberto é funcionário público e doador há 10 anos (Foto: Henrique Kawaminami)

Jucilene Vera de Oliveira, 48, é auxiliar contábil e doa sangue desde 2014. Para ela, a demora em razão da quantidade de pessoas não é problema. “A gente vê na televisão, sempre estão precisando, é mais do que obrigação doar, inclusive sou doadora de medula. Eu acho legal estar lotado, as pessoas tem conscientização de que precisa. Demora, mas trago um livro, não esquento não”.

A secretária Sabrina Barbosa, 30, é doadora de sangue e medula desde 2016 e diz que o ato é “uma ajuda ao próximo”. “Eu resolvi doar para ajudar ao próximo, sabemos o dia de amanhã. Eu acho que ainda precisa de mais sensibilidade, mas me sinto feliz de ver lotado, porque estou ajudando ao próximo. Não precisa chegar em uma emergência para vir doar”, disse.

A Hemorrede de Mato Grosso do Sul constantemente busca doadores para manter seus estoques abastecidos. No caso do Hemosul, que funciona no cruzamento da Rua Padre João Crippa com a Avenida Fernando Corrêa da Costa, a coleta ocorre de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, e aos sábados das 7h às 12h. Horários de outras unidades podem ser conferidos neste link.

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