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Capital

Marginalizada, há cinco anos comerciantes aguardam destino para rodoviária

Zana Zaidan | 15/07/2014 19:37
Câmeras dos Correios mostram abandono do entorno (Foto: Marcelo Calazans)
Câmeras dos Correios mostram abandono do entorno (Foto: Marcelo Calazans)
Nely cobra desapropriação do prédio "É a única solução". (Foto: Marcelo Calazans)
Nely cobra desapropriação do prédio "É a única solução". (Foto: Marcelo Calazans)

Sede de secretárias municipais, shopping, centro de negócios do turismo, incubadora empresarial, faculdade e, recentemente, uma nova Feira Central para Campo Grande. Estas são umas das várias destinações cogitadas para o prédio da antiga Rodoviária, que, hoje, relatam os moradores e comerciantes do entorno, está marginalizado e violento. Cinco anos se passaram desde que o terminal de ônibus migrou para a avenida Gury Marques, e o local não foi revitalizado.

Há 40 anos proprietária do Hotel Iguaçu, na rua dom Aquino, em frente à antiga rodoviária, Nélia Menezes Tortorelli conta os dias de glória e a decadência dos dez grandes hotéis que ficam na região. “Recebemos estrangeiros de diversos países, era uma referência. Por essa experiência, sei que o que o turista quer ao chegar em uma cidade é sair de onde está hospedado e ir a pé a bares e restaurantes, conhecer a vida noturna. Nas condições em que a região está, hóspede nenhum quer ficar”, afirmou, durante audiência pública realizada hoje (15) na Câmara de Vereadores para debater a questão. Nos últimos dois anos, acrescenta, foram investidos R$ 200 mil em reformas, na tentativa de repaginar o hotel e manter vivo a única fonte de renda da família. “Mas até agora, nada mudou”.

O pessoal da agência dos Correios, entre a Dom Aquino e a Barão do Rio Branco, levou imagens das câmeras de monitoramento da área externa, que mostram o que acontece no local – de disparos de armas a tráfico de drogas, principalmente a noite, passando por moradores de rua que urinam e até defecam no local.

“O prédio tem que ser ocupado, não tem outra solução. Que seja um órgão público, uma escola, o que for mais adequado, movimentando o local, se revitaliza o quadrilátero todo”, defende o gerente de segurança dos Correios, Márcio Nei.

Representante de uma comissão criada pelos comerciantes da antiga rodoviária há seis anos, antes mesmo da mudança, Rosane Nely de Lima cobra da prefeitura a desapropriação do prédio. “É preciso dar uma destino para recuperar a credibilidade e, assim, atrair investidores. O problema não está no prédio, que é bem administrado e ocupado, mas o problema que a saída da rodoviária gerou no entorno dela”, fala, com a propriedade de quem, há 19 anos, tem duas lanchonetes, uma na rodoviária velha e outra logo em frente, na Joaquim Nabuco com a Barão.

Na audiência, o Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Campo Grande apresentou uma pauta de sugestões, elencadas como “imediatas”, como a pintura e paisagismo do prédio, policiamento 24 horas, mais iluminação externa e recapeamento das vias do entorno, que estão esburacadas. “Mas seria só uma 'maquiagem', para amenizar a situação atual”, frisa o presidente da entidade, José Gilberto Pertinari. Nenhum representante da prefeitura esteve na audiência para receber a solicitação.

Ex-vereador que cumpriu mandato na época em que a rodoviária do Centro foi desativada, Athayde Nery (PPS) afirma ter requerido diversas audiências públicas para debater soluções para o lugar, que não saíram do papel. “Planejaram como seria a nova rodoviária, mas não as consequências que a mudança traria para velha. O sucateamento que se vê na região está perto de atingir outras ruas comerciais do Centro, como a 14 de julho, e é preciso estruturá-la com urgência”, considera.

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