Mato Grosso do Sul registra queda de casos de raiva nos últimos 10 anos
Ações preventivas e orientações aos produtores rurais quanto ao monitoramento dos abrigos de morcegos e cuidados com o rebanho foram principal motivo pela conquista.
Os casos de raiva provocada por animais herbívoros no Mato Grosso do Sul apresentou diminuição de 59% nos últimos anos. A redução é atribuída, principalmente, à intensificação das ações preventivas realizadas nas regiões de risco, o que vem contribuindo para o monitoramento e captura do morcego hematófago, transmissor da doença.
Em 2002, houve registro de 89 focos da doença em 19 municípios do estado, de acordo com a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), que coordena o Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros. Em 2015 e 2016 foram informados 9 casos em 5 cidades, redução de 59% em relação aos anos de 2007 a 2014.
De acordo com o coordenador do programa e médico veterinário, Fabio Shiroma de Araujo, com base nas transformações pelas quais a agropecuária passou nos últimos dez anos, como redução do rebanho bovino e implantação de novas culturas, fez com que algumas regiões onde não haviam notificações da doença, passassem a figurar como áreas propícias à sua ocorrência.
Somente em 2016, foram realizadas mais de 1.700 visitas a propriedades localizadas em regiões de risco, onde agentes fiscais e fiscais estaduais agropecuários e agentes de serviços agropecuários vistoriam abrigos e a captura de morcegos. Também são realizadas palestras educativas para os produtores rurais.
Áreas com maior incidência – As regiões mais propícias ao aparecimento da raiva estão localizadas na Serra de Maracaju, da Bodoquena e do Amolar, devido ao relevo favorável ao habitat dos morcegos e grande oferta de alimento.
Nas propriedades localizadas nessas áreas, no passado, foram registrados muitos casos da enfermidade, mas a quantidade de animais que vieram a óbito reduziu significativamente e, proporcionando menor prejuízo ao produtor.Foram registrados 151 animais mortos em 2002 e 73 em 2016.
Orientações - Por ser uma doença que acomete os mamíferos, inclusive o homem, é importante que o produtor rural ou responsável avise imediatamente à Iagro em casos de animais com sinais nervosos, como afastamento do rebanho, andar cambaleante, salivação, deitar e vir a óbito de 3 a 7 dias.
Também devem ser comunicadas ocorrências de roubos de animais e possíveis abrigos de morcegos. A vacinação deve estar em dia.
“Não se deve manusear o animal e a comunicação ao escritório da Iagro mais próximo deve ser feita o mais rapidamente possível. Os servidores possuem treinamento, equipamentos e o mais importante estão vacinados e protegidos contra a raiva”, alertou o coordenador.