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Médica leva soco no rosto em atendimento na UPA das Moreninhas

Caso aconteceu no sábado; sindicato cobra segurança e alerta para aumento da violência contra os profissionais

Por Viviane Oliveira | 16/06/2025 10:13
Médica leva soco no rosto em atendimento na UPA das Moreninhas
Fachada da Unidade de Pronto Atendimento das Moreninhas, onde ocorreu a agressão (Fotot: Henrique Kawaminami)

Médica de 29 anos, que prefere não ser identificada, foi agredida com soco no rosto por uma paciente no último sábado (14), dentro da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) das Moreninhas, em Campo Grande. A violência aconteceu após a profissional informar que exames laboratoriais de rotina não são realizados naquele tipo de unidade, mas em UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família).

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Uma médica de 29 anos foi agredida com um soco no rosto por uma paciente na UPA das Moreninhas, em Campo Grande, após informar que exames laboratoriais de rotina são realizados apenas em Unidades Básicas de Saúde da Família. O incidente ocorreu no último sábado, dia 14. A agressão aconteceu após uma série de ameaças e xingamentos por parte da paciente. O caso foi registrado na delegacia e mobilizou o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul. Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, o estado já registrou 134 ocorrências de violência contra médicos apenas em 2024.

Conforme a médica, a paciente solicitou os exames alegando que não os fazia há muito tempo. Ao receber a explicação de que esses procedimentos são realizados apenas na atenção primária, a mulher começou a gritar, proferir xingamentos e ameaças.

“Ela me chamou de psicopata, disse que queria quebrar o computador na minha cabeça, falou que pagava meu salário e que eu era obrigada a fazer o que ela queria”, relatou a profissional. Ainda segundo ela, a paciente continuou usando palavras de baixo calão, mesmo após a tentativa da própria mãe de acalmá-la. “A mãe dela pediu para que eu deixasse os exames de lado e apenas receitasse a medicação para a queixa atual".

A médica então se retirou da sala e comunicou o ocorrido à assistente social da unidade e ao regulador de fluxo, solicitando que outro profissional assumisse o atendimento. No retorno à sala para informar que a paciente seria chamada novamente, ela foi surpreendida pela agressão.

“Ela disse ‘ah, você não vai me atender?’ e, quando me sentei na cadeira, levantou e me deu um soco no rosto. A mãe segurou ela, que ainda tentou me bater mais vezes. Consegui sair pela porta de emergência e chamei os guardas da unidade", contou.

Após o episódio, a médica precisou interromper o plantão noturno e foi à delegacia para registrar o boletim de ocorrência. O caso mobilizou o SinMed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), que prestou apoio à profissional e denunciou a insegurança enfrentada por médicos em unidades de saúde da Capital.

Agressões em alta - O presidente do sindicato, Marcelo Santana Silveira, lamentou o ocorrido e afirmou que a situação revela o risco constante enfrentado pelos profissionais da saúde. “A agressão é um crime grave. A médica ficou abalada e com medo. Isso mostra que a prefeitura não está garantindo a segurança dos profissionais, o que nos preocupa muito. Não podemos esperar que aconteça algo ainda pior.”

Ele também alertou para o número crescente de agressões verbais e físicas que, muitas vezes, sequer são registradas. “Orientamos que todo profissional que for vítima de qualquer tipo de violência vá até uma delegacia e acione o sindicato. Só assim conseguiremos agir e pressionar por medidas de proteção.”

Dados divulgados pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) apontam que, na última década, mais de 40 mil boletins de ocorrência foram registrados no Brasil por atos de violência contra médicos. Em Mato Grosso do Sul, somente em 2024, já são 134 registros. O número coloca o Estado na 10ª posição nacional em ocorrências do tipo.

A Secretaria Municipal de Saúde informa que "após o episódio, a equipe da unidade esteve na delegacia para registrar boletim de ocorrência e, conforme a política da pasta, a servidora é acolhida e passa por escuta com profissionais especializados, como psicólogos e psiquiatras, sobre a agressão sofrida, para que essa seja assistida adequadamente".

A reportagem também tentou contato com a paciente envolvida na agressão para obter sua versão dos fatos, mas não conseguiu.

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