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Capital

Médicos dizem que não sabiam o que estava acontecendo com doentes

Francisco Júnior e Alan Diógenes e | 01/08/2014 14:49
Médico José Maria sai acompanhado do advogado da Depac. (Marcelo Victor)
Médico José Maria sai acompanhado do advogado da Depac. (Marcelo Victor)
Médico Henrique Ascenço prestou depoimento junto com o pai nesta manhã. Na foto, ele desce as  escadas da 1ª Delegacia. (Foto: Marcelo Victor)
Médico Henrique Ascenço prestou depoimento junto com o pai nesta manhã. Na foto, ele desce as escadas da 1ª Delegacia. (Foto: Marcelo Victor)

Em depoimento de mais de 4 horas, os médicos Henrique Guesser Ascenço e o pai, José Maria Ascenço, relataram que não informaram as mortes de pacientes submetidas a sessões de quimioterapia à Santa Casa por questões burocráticas. Eles alegaram que não sabiam o que estava acontecendo com as mulheres, que morreram após o início do tratamento de quimioterapia.

A informação foi repassada por Felipe Barbosa advogado dos médicos, que saíram da 1ª Delegacia sem falar com a imprensa. Barbosa ressaltou que seus clientes estarão a disposição da Polícia quando forem convocados a depor.

O depoimento foi prestado a delegada Ana Cláudia Medina, responsável pela investigação das mortes de Carmen Insfran Bernard, 48 anos, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, Maria Glória Guimarães, 61 anos, mortas nos dias 10, 11 e 12 de julho, após sessões de quimioterapias.

Foram os dois médicos que atestaram a morte das pacientes que sofriam de câncer colorretal e faziam tratamento na Santa Casa.

No depoimento, conforme a delegada, os médicos detalharam como foi feito o tratamento das vítimas até a morte delas. Segundo Medina, eles relatam que as pacientes começaram apresentar sintomas gradativamente durante o processo de quimioterapia, e que nesse tipo de tratamento algumas pessoas podem apresentar sintomas agravados, já outras não.

De acordo com a delegada, eles disseram que não sabiam o que estava acontecendo com as vítimas, porém desconfiaram do medicamento usado na quimioterapia e passaram a investigar, mas não descobriram porque as vítimas apresentaram aqueles sintomas.

Afirmaram que para comunicar o hospital sobre o que estava acontecendo, teriam que informar primeiro a Anvisa, um processo que os médicos classificaram como burocráticos.

Delegada pretende ouvir mais pessoas durante a investigação. (Foto: Marcelo Victor)
Delegada pretende ouvir mais pessoas durante a investigação. (Foto: Marcelo Victor)

Os médicos Henrique e José Ascenço disseram que quando tiveram condições para fazer o comunicado assim o fizeram. E que não tiveram a preocupação, pois já tinham informados a família as pacientes sobre o óbito.

Para a delegada, os depoimentos não foram suficientes e pode convocar os médicos novamente, assim pretende ouvir também enfermeiros e testemunhas que estiveram com as vítimas. Ela pediu os laudos médicos de todas as vítimas para anexar no inquérito e ter uma pista do que aconteceu com as três mulheres.

Uma situação que pode atrapalhar a investigação policial é fato de ter sido feito exame necroscópico nos corpos das pacientes. A delegada afirmou que está trabalhando de uma outra forma para descobrir a causa da morte.

Questionada sobre a causa da morte registrada no atestado de óbito, Medina explicou que como as vítimas tinham câncer, foram registradas a gravidade e os transtornos causados pela doença, além das complicações causadas pelas sessões de quimioterapias, dados que não contribuem com a apuração dos fatos.

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