Polícia inicia investigação sobre três mortes na quimioterapia de hospital
A Polícia Civil de Campo Grande deu início às investigações acerca das mortes de três pacientes que fizeram quimioterapia no setor de oncologia da Santa Casa. Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, do 1º Distrito Policial, os casos foram registrados como "mortes a esclarecer".
A primeira etapa será de ouvir os depoimentos. “Vamos ouvir testemunhas, familiares das vítimas, médicos e membros do hospital que estiveram envolvidos com os fatos de alguma maneira”, disse a delegada, afirmando que ainda aguarda os prontuários que serão entregues pela Santa Casa.
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Após colher depoimentos, as autoridades irão analisar todas as circunstâncias dos óbitos. Devem ser levadas em conta, principalmente, questões a respeito do medicamento fluoracil (5-FU), princípio ativo administrado às pacientes durante sessões de quimioterapia.
Laudos laboratoriais e exames vão ajudar a polícia a descobrir detalhes sobre a composição, fabricação e o lote do medicamento. “Também será analisada o procedimento de manipulação e administração aos pacientes”, destacou a delegada.
Segundo a Santa Casa, quatro pessoas fizeram uso do fármaco. Carmen Insfran Bernard, 48 anos, morreu no dia 10 de julho, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, no dia seguinte e Maria Glória Guimarães, 61 anos, no último dia 12. Margarida Isabel de Oliveira, 70 anos, apresentou efeitos colaterais, mas aos poucos está se recuperando.
A ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), mantenedora do hospital, criou uma comissão internar para apurar os casos. Hoje (22) a entidade se reuniu com representantes nacionais e estaduais da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).