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Capital

Mendigos transformam praças em "casa" e incomodam moradores

Filipe Prado | 18/01/2014 11:21
Moradores usam praças como dormitórios (Foto: Marcos Ermínio)
Moradores usam praças como dormitórios (Foto: Marcos Ermínio)

Em vários pontos de Campo Grande, moradores de rua incomodam moradores e acabam gerando prejuízo para comerciantes. No centro da capital e em bairros mais afastados, os mendigos usam as praças e ruas como “ponto de encontro”.

Ao andar pelo bairro São Francisco percebe-se que a presença dos moradores de rua é grande. Na praça Humberto Canale Junior, o autônomo Waldenir Ferreira Lima, 65 anos, reclamou da frequência dos mendigos. “Aqui é cheio de moradores de rua, principalmente depois das 17h”, contou.

Ele disse que eles fazem a praça de banheiro, deixando o lugar sujo. “Eles ficam o dia todo aqui, acabam fazendo suas necessidades no chão da praça, isso incomoda”, comentou.

Os moradores de rua usam a praça como um “ponto de encontro”. Principalmente no final da tarde, os mendigos se reúnem no local para passar a noite e se alimentar. Eles acabam espalhando seus pertences pela região, como se morassem em um grande albergue.

“É ruim, eles entram no meu bar, xingam os clientes ou ficam pedindo, gera um certo prejuízo pra gente”, contou um comerciantes que não quis se identificar. Mas os próprios moradores do bairro tentam ajudá-los. “Nós damos comidas para eles, cobertor, tentamos ajudar, mas eles não aceitam”, afirmou Sergio Pereira, 50.

Os moradores tentaram ajudar os mendigos, que rejeitaram (Foto: Marcos Ermínio)
Os moradores tentaram ajudar os mendigos, que rejeitaram (Foto: Marcos Ermínio)

Em frente à Catedral de Santo Antônio, já na região central de Campo Grande, os mendigos também usam o local como ponto fixo. Há dias que chega a ter 15 moradores de rua no espaço.

Mas quem trabalha na região já está acostumado com a situação, como a autônoma Maria Pereira, 51. “Às vezes, eles vem aqui, mas difícil me incomodar, pois eles só brigam com quem os tratam mal”, explicou.

“Eles ficam aqui pedindo, mas não nos incomodam, pois dá dinheiro quem quer”, acrescentou o marido de Maria, João Pereira, 53. Eles afirmam que o maior problema é a noite, pois eles não ficam no local e quando chegam, muitas vezes, há muita urina perto de sua barraca, mas eles não sabem se os moradores de rua que fazem as suas necessidades ali.

Para a vendedora Mariana Damacena, 19, alguns mendigos já chegaram a entrar na loja onde ela trabalha, deixando-a com medo. “Uma mulher já veio umas duas vezes aqui e ficou sentada no chão por um bom tempo. Na primeira vez meu chefe estava, então foi tranquilo, mas na segunda eu estava sozinha. Fiquei com bastante medo”, relatou.

Mas ela falou que nenhum morador de rua já prejudicou o trabalho dos comerciantes. “Nunca aconteceu nada de grave aqui, tem até um mendigo que passa aqui e eu converso com ele. Alguns são mal encarados, mas até agora nada aconteceu”, explicou.

No centro, os moradores de rua só incomodam que descrimina-los (Foto: Cleber Gellio)
No centro, os moradores de rua só incomodam que descrimina-los (Foto: Cleber Gellio)
As ruas também são frequentadas pelos mendigos (Foto: Marcos Ermínio)
As ruas também são frequentadas pelos mendigos (Foto: Marcos Ermínio)
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