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Capital

Mesmo com filho pagando material, cirurgia é adiada 10 vezes no HU

Helton Verão | 30/06/2013 16:33
Família já desembolsou quase R$ 2 mil nos materiais para a cirurgia do seu Ivanir (Foto: Clber Gellio)
Família já desembolsou quase R$ 2 mil nos materiais para a cirurgia do seu Ivanir (Foto: Clber Gellio)

Um senhor de 70 anos já está há 30 dias esperando cirurgia no HU (Hospital Universitário). Neste período, a operação foi desmarcada 10 vezes, primeiro por falta de material, diz a família. Para resolver o problema, o filho do paciente comprou o que era necessário. Mas agora, a justificativa é que parte do teto quebrado no Centro Cirúrgico impede o procedimento.

O paciente, Ivanir Gonçalves, tem uma fratura no fêmur. Ele veio de longe, de uma fazenda próxima a Costa Rica, quase na divisa com o estado de Goiás. Ele sofreu um acidente enquanto podava uma árvore em sua propriedade.

“Ele ficou por oito dias no corredor do (HU), agora está no quarto, mas sempre fica nesta promessa que a cirurgia irá acontecer amanhã de manhã. Ele fica de jejum todo dia esperando que ela aconteça”, desabafa o filho, Adevanio Gonçalves, de 28 anos.

Segundo ele, médicos e enfermeiros falaram a princípio da falta de materiais e da demora que aconteceria para licitar novos. Então a família se propôs a comprar do próprio bolso.

“Pedi a lista de materiais e mesmo sem condições eu comprei. Aí não queriam aceitar por uma questão de burocracia. Tive que mandar pela empresa que distribui ao HU para chegar os materiais até ele. Agora aconteceu o problema do teto. Mas diz que vão operar meu pai amanhã (1º) cedo”, conta Adevanio.

A esposa de Ivanir tem revezado com o filho todos esses dias nas visitas e no acompanhamento do marido. A família dependeu de “vaquinha” e ajuda para primeiro trazer o paciente para a Capital e agora para a mulher ficar aqui. “Vários amigos e conhecidos precisaram ajudar”, conta a esposa.

A família disse que tentou desde o início falar com a diretora do HU, mas após duas semanas conseguiu falar apenas com a assessoria do hospital. “Estou muito revoltado, a minha vontade é de protestar, já que é um serviço público. Mas se fizer isso é pior para minha família que tem um paciente para cuidar lá dentro”, comenta Adevanio.

Jussara lembra que no ano passado, quando ele ficou no HU, chegou a passar  21 dias nos corredores (Foto: Cleber Gellio)
Jussara lembra que no ano passado, quando ele ficou no HU, chegou a passar 21 dias nos corredores (Foto: Cleber Gellio)

Nas macas - O cenário descrito por mãe e filho é o pior possível dentro das instalações do HU, são macas e pacientes espalhados pelos dois lados do corredor.

“É assustador os corredores do hospital. Graças a Deus ele já está no quarto onde é melhor assistido”, conta a esposa do paciente Flávio Cirino, de 38 anos, a autônoma Jussara Ortiz, de 43 anos.

Segundo Jussara, várias macas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do Corpo de Bombeiros estão retidas com pacientes pelo corredor. “Isso prova que está faltando estrutura ao hospital”, ressalta a autônoma.

O marido de Jussara sofre com pedras na vesícula e agora está com pneumonia também. Sobre a informação das macas retidas, o Campo Grande News tem a informação que pelo menos quatro do Samu estavam retidas na tarde de hoje no HU.

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