Mesmo receosos, pais levam filhos para a escola, mas ficam em alerta
No dia "S" de segurança, muitos faltaram, e pais parecem mais assustados que alunos

Nesta quinta-feira (20), dia que foi usado como marco antiviolência e ameaças nos colégios, os pais que resolveram levar os filhos para a escola disseram estar em alerta e confiantes com a segurança oferecida pelas instituições. “Muitos alunos faltaram, consegui até estacionar aqui na frente, coisa que nunca acontece”, disse a autônoma Nayara do Carmo, de 34 anos.
Nayara é mãe de um menino de 10 anos, estudante no 6º ano na Escola Estadual Professora Thereza Noronha De Carvalho, na Rua João Selingardi, no Parque do Lageado, em Campo Grande.
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Ela disse estar bastante aflita, mas antes de sair de casa fez uma oração e confia na segurança feita pela Polícia Militar com a Ronda Escolar. “Eu estou com medo, mas dei muitos conselhos para o meu filho”, contou. Depois de o filho entrar na sala de aula, Nayara ainda ficou por cerca de 20 minutos na frente da instituição para certificar-se de que tudo estava calmo.
A dona de casa Nilza Ribeiro, de 61 anos, também aguardava na frente da instituição mesmo depois que a neta de 11 anos entrou na sala de aula. “Ela está até rindo, mas a gente se preocupa bastante. Fiquei por um tempo aqui, porque se estivesse conturbado, levaria ela de volta para a casa. Minha vontade é de ficar aqui até a aula terminar, mas entreguei nas mãos de Deus, vou para a casa tranquilizar o coração e voltar daqui a pouco”, destacou.
Mesmo com seis policiais na frente da Escola Professor Henrique Ciryllo Corrêa, na Vila Rica, na Avenida da Capital, Regina Celia Gomes e o marido, Hamilton Antunes Barcelos, os dois de 55 anos, fizeram questão de acompanhar a filha de 11 anos até o portão da instituição. “A gente sempre traz, mas hoje decidimos estacionar o carro e acompanhá-la até o portão. Geralmente, tem dois policiais aqui na frente, hoje tem seis. A gente confia na direção e na educação que a escola passa para ela”, afirmou.
Com o coração apertado, Fátima Maria Galvão, de 56 anos, deixou a filha, também de 11 anos, ir para a escola. “A escola é segura, mas antes de sair de casa nós fizemos uma oração. Primeiro pedimos a proteção de Deus e, depois, confiamos na proteção dos homens”, contou.
Na Escola Funlec Oswaldo Tognini, no Bairro Chácara Cachoeira, a movimentação dos pais levando os filhos para o colégio era normal nesta manhã. Nos Colégios Adventistas, conforme a assessoria de imprensa, houve redução de 20 a 30% dos alunos, mas em razão do feriado de amanhã, dia de Tiradentes. Colaboraram Mariely Barros e Bruna Marques.