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Capital

“Meu marido e minha amiga não vão voltar”, lamenta sobrevivente de atentado

Camila também foi atingida por um tiro nas costas, que deixou marcas físicas e psicológicas

Mirian Machado e Bruna Marques | 05/05/2022 14:47
Camila, o marido e a filha, que fazia aniversário, um mês antes do crime. (Foto: Henrique Kawaminami)
Camila, o marido e a filha, que fazia aniversário, um mês antes do crime. (Foto: Henrique Kawaminami)

Camila Telis Bispo, de 33 anos, perdeu de uma vez só o marido Steferson Batista de Souza, 32 anos, com quem estava há 11 meses, e a melhor amiga, Maxelline da Silva dos Santos, de 28 anos. Ambos foram assassinados pelo ex-marido de Maxelline, o ex-guarda municipal Valtenir Pereira da Silva.

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Até hoje, sinto falta dele. Saudade que não passa. Quando você separa, está bem. Separada por uma morte é difícil. Sonho com ele até hoje”, relata.

Camila também foi vítima. Durante a discussão, acabou atingida por um tiro nas costas. “Tenho as marcas ainda, não consigo ficar muito tempo em pé, dois as costas, o osso e sinto dores até hoje. Mudou tudo, não trabalho mais, faço terapia”, reclamou a viúva, que está afastada pelo INSS. A técnica de enfermagem relembrou o pior dia de sua vida e definiu como desesperador. “A gente acha que não vai acontecer com a gente, que é coisa de televisão”, lembrou bastante abalada.

A filha de Camila também faz terapia, pois a cena também não saiu de sua cabeça. “Ela lembra disso até hoje. Às vezes, está brincando e fala para amiguinha: ‘Minha mãe tem um tiro aqui’ e aponta. Ela gostava muito dele, não era pai, mas era como se fosse”, lamenta, comentando ainda que ainda guarda fotos no celular tanto do marido quanto de Maxelline.

As duas eram amigas desde 2012, como ‘carne e unha’, viviam grudadas. “É uma sensação horrível. A gente acha que ela vai voltar, que só foi para outra cidade. Ela cuidava da minha filha para eu ir trabalhar”, disse.

“Espero que seja julgado com uma pena bem longa e pague por tudo que fez. Meu marido e minha amiga não vão voltar, mas a justiça tem que ser feita”, afirma ainda dizendo que não acredita na versão dada pelo ex da amiga.

Julgamento - Valtenir está sendo julgado nesta quinta-feira (5), na 1ª Vara do Tribunal do Júri, por duplo homicídio, pela morte da ex-namorada e do amigo dela, Steferson Batista de Souza. O crime aconteceu na noite do dia 29 de fevereiro de 2020, em Campo Grande.

Durante seu depoimento, nesta manhã, Valtenir pediu desculpas no plenário do Tribunal do Júri. "Aos familiares da Maxelline, aos meus familiares que decepcionei tanto e à corporação que eu manchei o nome."

Caso - O duplo homicídio aconteceu no Loteamento Nova Serrana, na Capital. Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Valtenir, descumprindo medida protetiva, procurou a ex-namorada, que participava de churrasco na casa dos amigos.

Maxelline foi conversar com o ex, mas o diálogo virou discussão e Camila Bispo - amiga de Maxelline - tentou acalmar os ânimos. Porém, ele empunhou a arma de fogo, Camila saiu correndo, mas mesmo assim, foi atingida nas costas. Steferson Batista de Souza, 32 anos, marido de Camila, saiu do imóvel para ver o que estava acontecendo e foi morto. Em depoimento, ele disse que ficou “pilhado” quando chegou à casa da amiga da ex-namorada.

Camila é uma das pessoas que acompanham o julgamento de Valtenir no Tribunal do Júri. No dia 20 de fevereiro deste ano, a família de Maxelline protestou em frente à Casa da Mulher Brasileira para pedir celeridade à Justiça. Um mês após protesto, o júri do ex-guarda foi marcado.

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