ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SÁBADO  18    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Moradores denunciam erosão em área para construção de casas

Em nova denúncia ao Ministério Público, comunidade diz que o solo está rachado e corre risco de desabamento

Idaicy Solano | 06/04/2023 10:44
Área está isolada com fitas amarelas para evitar acidentes. (Foto: Paulo Francis)
Área está isolada com fitas amarelas para evitar acidentes. (Foto: Paulo Francis)

Lote interno na Rua Dona Sabina, aos fundos da Rua 7 de setembro, destinado à construção de um novo condomínio de casas, voltou a preocupar os moradores do Jardim dos Estados após período de chuva. Em nova denúncia encaminhada ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a comunidade alega que o solo está rachado, solto e corre risco de desabamento.

De acordo com a representante do bairro Lucka Pimenta, o terreno está todo rachado, tem um barranco a cerca de 1 metro de distância do meio-fio e o terreno corre risco de desbarrancamento. No domingo, a mulher também identificou uma erosão de 1 metro no local. “[Se desbarrancar] puxa o meio-fio, o meio-fio puxa a rua, a rua puxa as casas”.

O terreno a que a moradora se refere foi desmatado há cerca de um mês, para que seja iniciada a obra de um novo condomínio de casas. A comunidade alega que no local há duas Áreas de Preservação Permanente: um terreno com um declive de mais de 45 graus numa encosta, onde está a margem direita do córrego, e do outro lado uma pirambeira de inclinação de 88 graus.

Lucka, representante dos moradores do bairro, acompanhou a fiscalização. (Foto: Paulo Francis)
Lucka, representante dos moradores do bairro, acompanhou a fiscalização. (Foto: Paulo Francis)

A comunidade pede que a viabilidade da edificação e as consequências ambientais sejam debatidas entre especialistas. “Estou longe de querer acusar, eu quero esclarecer, por isso a gente pede por audiência pública”.

A pedido dos moradores, a Defesa Civil esteve no local junto com equipe da Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana) para realizar vistorias. Lucka acompanhou o trabalho das equipes e indicou os locais onde foram constatadas as rachaduras no solo.

No laudo emitido pelo órgão, foi constatado que por se tratar de um solo poroso, ou seja, que permite a entrada de uma grande quantidade de água, pode haver riscos de desbarrancamento, principalmente em dias chuvosos.

A condição, no entanto, não inviabiliza a construção no local, desde que “providências urgentes sejam tomadas em virtude dos problemas relatados". No documento consta que não há impedimentos para que a área seja edificada, desde que a empresa responsável atenda às normas técnicas e as normas do município para elaboração do projeto.

Solo do lote está rachado e futuras obras preocupam moradores. (Foto: Paulo Francis)
Solo do lote está rachado e futuras obras preocupam moradores. (Foto: Paulo Francis)

Denúncia - O motivo da primeira denúncia foi a retirada das 27 árvores que estavam localizadas no lote. A supressão foi autorizada pela Semadur e o órgão nega que o local seja uma Área de Preservação Permanente.

No documento que permitiu a remoção, a pasta informou que as árvores eram prejudiciais à arborização urbana, por isso se enquadravam no inciso IV do artigo 22 da Lei Complementar 184, que fala sobre a supressão de árvores em logradouros públicos e lotes particulares.

O terreno começa na Rua Iara, faz a volta por uma casa e termina próximo a um barranco na Travessa Dona Sabina, são 2.400 metros. Moradores alegam que a ação da construtora pode prejudicar animais que vivem na mata e até causar acidentes.

A reportagem acionou a Semadur para verificar se nova vistoria foi feita no local e se haverá alguma reconsideração em relação ao andamento da obra, mas não obteve resposta até a publicação da matéria.

Planejamento da obra - Engenheiro e responsável técnico pela obra, Rafael Russo conversou com a reportagem e explicou que o projeto ainda está em fase de desenvolvimento e que não causará prejuízos por ser considerado de pequeno porte.

“Serão em torno de cinco sobrados, será uma obra pequena. O que pretendemos fazer é deixar aquela faixa que dá pra Ricardo Brandão totalmente preservada, justamente para contribuir com a sustentabilidade”, disse.

Confira a galeria de imagens:

  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
Nos siga no Google Notícias