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Capital

Morre na Santa Casa índia que sofreu atentado em ônibus escolar

Viviane Oliveira | 24/08/2011 11:26

Ela estava internada há mais de dois meses, com 70% do corpo queimado e queimaduras de 3º grau

Lurdivane morreu ontem na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: João Garrigó)
Lurdivane morreu ontem na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: João Garrigó)

A indígena Lurdivane Pires, de 28 anos, morreu às 15h40 de ontem (23) na Santa Casa de Campo Grande. Ela estava internada há mais de dois meses, com 70% do corpo queimado e queimaduras de 3º grau. O corpo foi encaminhado pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde) ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para saber as causas da morte.

Lurdivane estava no ônibus escolar que sofreu atentado no dia 3 de junho, no município de Miranda, cidade distante 201 quilômetros de Campo Grande.

O ônibus voltava para a aldeia Cachoeira quando na rua Principal da aldeia Babaçu, foi lançada uma garrafa com líquido explosivo no ônibus que transportava 30 alunos indígenas que cursam o ensino médio no município. Quatro pessoas ficaram feridas.

Em entrevista ao Campo Grande News no dia 6 de junho, a estudante terena Lurdivane contou o momento de terror que viveu naquele dia. Segundo ela, viu o fogo no corpo e tentou apagar com as mãos.

Somente seus pés ficaram a salvo das chamas. Ela disse que antes de acontecer o ataque, viu uma fogueira na beira da estrada, mas pensou que fosse fogo no pasto.

De acordo com a assessoria do hospital, as outras vítimas do atentado já tiveram alta do hospital.

Conflito - Os índios lutam pela ampliação da aldeia Cachoeirinha. A portaria do Ministério da Justiça reconhecendo a área indígena é de 2007. Desde então, há uma guerra judicial e diversas ocupações em busca da posse das terras.

No ano passado, o procedimento administrativo de demarcação foi parcialmente suspenso por decisão liminar proferida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A Funai (Fundação Nacional do Índio) chegou a depositar R$ 1,3 milhão em juízo, referente ao valor das benfeitorias. Mas os proprietários não aceitaram o acordo e recorreram. Uma das propriedades em disputa é a fazenda Petrópolis, que pertence à família do ex-governador Pedro Pedrossian.

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