Mortes de pessoas atropeladas quase dobraram em 10 meses
No ano passado foram registrados 7 mortes, enquanto em 2022, já foram 13
Número de mortes de pedestres envolvidos em acidentes de trânsito em Campo Grande praticamente dobrou neste ano, em comparação com 2021. Conforme dados do BPTran (Batalhão de Polícia de Trânsito), foram 13 vítimas até início de outubro de 2022, contra sete que ocorreram em todo ano passado.
O aumento é de 85%, em um intervalo de apenas nove meses. Em 2020, as ocorrências foram menor que no ano passado - 11 vítimas ao todo - mas mesmo assim, inferior às mortes de 2022.
O último acidente aconteceu na semana passada, no dia 5 de outubro, quando o idoso Hideo Nishiyaki, de 85 anos, morreu após ser atropelado por uma moto. Ele atravessava com a filha a Avenida Ceará fora da faixa de pedestres, entre as ruas Manoel de Souza e Antônio Maria Coelho, quando foi atingido pelo moto entregador. O Corpo de Bombeiros chegou a reanimar a vítima, mas ela não resistiu e faleceu no local.
O psicólogo de Trânsito e Diretor Nacional de Comunicação da ABRAPSIT (Associação Brasileira de Psicologia do Tráfego), Renan Soares Jr., ressalta que o pedestre é sempre a parte mais frágil do trânsito e deve ser protegido por motoristas, motociclistas e ciclistas.
"Entendo que existem duas coisas importantes: que os pedestres atravessem com segurança e nos locais devidos, e que os condutores de veículos utilizem a direção defensiva, com velocidade compatível com os locais em que trafegam. Principalmente naqueles em que há possibilidade de travessia de pedestres", relatou.
Soares Jr. afirma ainda que a velocidade excessiva ou inadequada é uma das principais causas de acidentes no geral em Campo Grande, que também acabam afetando os pedestres.
"Então, os pontos principais são a gestão do próprio comportamento seguro pelo pedestre, fazendo travessias em locais próprios e respeitando a regra do ver e ser visto, mas também por parte dos outros veículos. De acordo com o CTB (Código de Trânsito Brasileiro) os condutores dos veículos maiores são responsáveis pela segurança dos veículos menores, e todos pela incolumidade do pedestre", completou.
Contudo, o psicólogo reafirma o papel do pedestre para o trânsito seguro. Em cruzamentos que há semáforos, o sinal que indica travessia deve ser respeitado. Já onde não existe o sinaleiro, é necessário sinalizar ainda na calçada a intenção e só depois que todos os veículos pararem, cruzar a via.