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Capital

MPE acaba com campeonato em bairro e divide opinião de moradores

Alan Diógenes | 24/02/2015 16:10
Campo jã foi interditado e medida causou polêmica (Foto: Marcelo Calazans)
Campo jã foi interditado e medida causou polêmica (Foto: Marcelo Calazans)

O MPE (Ministério Público Estadual) determinou e a Prefeitura interditou o campo de futebol localizado em área pública, na Rua Pampulha, Bairro São Conrado, em Campo Grande. No local acontecia um campeonato de futebol promovido pela associação de moradores. Alguns estão aliviados com o fim do barulho e da poluição sonora comuns nos dias de jogos, enquanto outros estão revoltados com o fim de umas das principais atividades de lazer na região.

Conforme publicação no Diário Oficial do MPE, desta terça-feira (24), a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) esteve no local e constatou poluição sonora e falta de licenciamento ambiental, já que caixas potentes de som eram utilizadas para narração dos jogos e execução de músicas. Mesmo sendo notificados, os organizadores continuaram promovendo o campeonato e o MPE decidiu pedir a interdição da área.

A recomendação de interdição do campo foi feita pela promotora de Meio Ambiente, Luz Marina Borges Maciel Pinheiro. Ela deu prazo de 10 dias para a interdição do campo. No entanto, o Campo Grande News esteve no local na tarde de hoje e constatou que a recomendação já foi cumprida.

O transtorno causado pelos jogos foi confirmado por um dos moradores que assinou o abaixo-assinado para que os jogos fossem proibidos. “Alguns vizinhos se reuniram para resolver o problema. O campeonato começava em março e só terminava no final do ano, sempre das 9h às 18h. O volume do som era muito alto, o pessoal bebia e urinava na frente das casas. Sem falar que deixavam sujeira em frente até mesmo do posto de saúde do bairro”, explicou o policial Fernando, 38 anos.

Apesar de toda a história, a maioria dos moradores é contra a interdição do campo de futebol. É o caso do mecânico Paulo Cézar, 25 anos. “Antes o pessoal se divertia um monte no campo e não tinha baderna assim não. Até mesmo políticos patrocinavam os torneios. Agora a população não tem mais onde jogar”, comentou.

Maria Aparecida Laroque Varela, 61 anos, que é proprietária de um bar em frente ao campo de futebol, disse que com a interdição seu comércio vai ser prejudicado. “Meu movimento aumentava em 50% em dias de jogo, se não houver mais o torneio serei prejudicada. Era muito gostoso ver todo aquele povo assistindo aos jogos”, destacou.

O aposentado Otoniel Figueiredo da Silva, 78 anos, também não enxergava tantos problemas assim em dia de jogo. “Quando o som estava muito alto a gente ia lá e pedia para abaixar o volume, eles abaixavam na hora. Para mim esporte é valorização da vida. É um desperdício ter um campo bom no próprio bairro e não poder usufruí-lo”, mencionou.

A assessoria da prefeitura afirmou que não vai se manifestar até receber a notificação oficial do MPE. Mesmo assim, o Campo Grande News constatou que os portões do campo já estão com placas de interdição.

 

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