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Capital

Mulher de homem atropelado por bombeiro diz que família foi perseguida

Rafael Ribeiro e Yarima Mecchi | 04/08/2017 13:15
Ambulância socorre vítima em estado grave após acidente, que ocorreu na noite desta quinta (Fotos: João Paulo Gonçalves)
Ambulância socorre vítima em estado grave após acidente, que ocorreu na noite desta quinta (Fotos: João Paulo Gonçalves)

A mulher do homem atropelado por um bombeiro militar na noite desta quinta-feira (3) contestou a versão dada pelo suspeito sobre o ocorrido e disse que além dele e a acompanhante estarem visivelmente alterados, a família foi perseguida por cerca de três quilômetros antes do ocorrido, na região do Jardim Bela Vista (zona leste de Campo Grande).

O consultor de vendas Joaquim Paulo Martins de Assis, 45 anos, está internado em estado gravíssimo na Santa Casa com traumatismo craniano profundo, ou seja, com o cérebro atingido pelo impacto do ferimento. Há risco de morte e, segundo os médicos, só será possível avaliar se ele ficará com sequelas em cinco dias, se sobreviver.

Rosa Angela Martins Fernanda, 44, contou ao Campo Grande News que ela, o marido e a filha caçula do casal, de 13 anos, saíram do Shopping Campo Grande e seguiam para fazer compras em um mercado atacadista no seu veículo quando encontraram com o bombeiro, identificado apenas como Paulo, em outro carro, acompanhado, na Avenida Ceará.

Na rotatória de acesso ao bairro Tiradentes (zona leste), Rosa conta seu marido deu seta para seguir caminho pela Avenida Joaquim Murtinho e que seu marido, preocupado com a aproximação do bombeiro, buzinou como sinal de alerta.


“Foi o estopim para que começasse a nos ofender e fazer gestos obscenos”, disse a mulher. “A gente abaixou o vidro da janela do carro e alertou que tinha criança no carro.”


Segundo Rosa, a família seguiu seu trajeto quando percebeu que eram seguidos pelo bombeiro militar, que voltou a emparelhar os veículos e proferir ofensas. “Desistimos de fazer as compras e havíamos mudado o caminho, achando que ele estava armado, mas ele veio atrás”, completou.


De acordo com a mulher, foi o suficiente para que ela parasse seu veículo e o consultor de vendas descesse para conversar com o rival, que estava visivelmente alterado, segundo sua avaliação.


“Meu marido desceu com os braços levantados, se aproximando do veículo e encostou no capô. O bombeiro começou a dar ré e acelerar e atingiu ele, foi quando o Uno colidiu no carro dele e arremessou o Joaquim”, explicou.


O choque foi grande. Assustada com a violência da cena, Rosa conta que ficou em pânico ao ver o bombeiro militar descer de seu carro com algo em mãos. “Comecei a gritar que ele estava armado, que iria matar meu marido, mas era um kit de primeiros socorros”, disse.

Rosa Angela Martins Fernanda acompanha o marido no hospital desde o ocorrido: assustada com o ocorrido
Rosa Angela Martins Fernanda acompanha o marido no hospital desde o ocorrido: assustada com o ocorrido

A frieza do militar também assustou Rosa. Segundo ela, mesmo depois de tudo o que aconteceu, o bombeiro simplesmente agiu como se nada tivesse acontecido. “Me chamou de louca, mandou eu ficar quieta e só então se identificou”, explicou.

Para ela, o profissional não é digno de integrar a corporação. “Como pode um bombeiro militar ter um comportamento desses, agir assim? Ele viu que éramos uma família desde o início”, disse.

Casada há 23 anos com a vítima, com quem teve outros dois filhos além da caçula que os acompanhavam, Rosa permanece desde o ocorrido ao lado do marido no pronto-socorro da Santa Casa, com a esperança de que ele sobreviverá e que o bombeiro militar seja punido pelo que aconteceu.

O caso - De acordo com o delegado Enilton Zalla, segundo o depoimento do servidor público, após a discussão, Assis foi em direção ao veículo que estava dirigindo. Achando que ele fosse pegar uma arma, Paulo arrancou com o carro e atropelou a vítima.

"O carro invadiu um pouco a pista contrária e ficou na transversal. Um terceiro carro que vinha na outra rua não viu o atropelamento e bateu na lateral do veículo do bombeiro, arremessando a vítima. Ele ficou mais grave e bateu a cabeça", contou o delegado sobre a ocorrência.

O delegado informou que ao notar a gravidade de Joaquim, o militar prestou os primeiros socorros à vítima e acionou o Corpo de Bombeiros. "Ele alega que foi um ato de legítima defesa. Teve uma confusão no local. Os dois carros tinham outros ocupantes dentro", relatou Zalla.

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