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Capital

Na Capital, coronavírus poupou 2 bairros, onde isolamento já era rotina

Até agora, Morada do Sol e Chácara dos Poderes seguem sem nenhum morador positivo para a covid-19

Anahi Zurutuza e Aletheya Alves | 01/08/2020 07:45
Dona Olímpia Pires de Carvalho, 70 anos, não sai de casa há três meses, mas já estava acostumada ao isolamento (Foto: Kísie Ainoã)
Dona Olímpia Pires de Carvalho, 70 anos, não sai de casa há três meses, mas já estava acostumada ao isolamento (Foto: Kísie Ainoã)

Com o mapa de Campo Grande quase todo pintado de vermelho, indicando que o coronavírus já infectou moradores da região central e de quase todos os bairros, duas localidades chamam a atenção por ainda estarem “imunes”.

Coincidência ou não, o novo vírus, que se espalhou pelo mundo, só poupou até agora moradores do Morada do Sol e Chácara dos Poderes, dois loteamentos de chácaras, onde o isolamento “é lei” desde antes da pandemia. É o que mostra o sistema onde a Prefeitura de Campo Grande coloca marcadores vermelhos nos endereços das pessoas que testam positivo para o coronavírus. Veja:

Morada do Sol, no sul da cidade, e Chácara dos Poderes, no nordeste, são os únicos sem nenhum pontinho vermelho até agora (Foto: Reprodução)
Morada do Sol, no sul da cidade, e Chácara dos Poderes, no nordeste, são os únicos sem nenhum pontinho vermelho até agora (Foto: Reprodução)

Morada do Sol - O bairro fica a pelo menos meia hora do Centro, nos fundos do Los Angeles, no extremo sul da Capital. Por lá, chácaras de 2 a 4 hectares e silêncio, quase absoluto. O barulho do trânsito no macroanel viário ouve-se de longe. Foi até difícil encontrar quem desse entrevista.

Foi lá, no Morada do Sol, que a empresária Flora Adelia Piovezan, de 55 anos, decidiu “se esconder” junto com a família logo que os primeiros casos de covid-19 começaram a ser registrados no Brasil. Ela costumava a alugar a propriedade para festas, mas deixou a casa “na cidade” e foi para a chácara cumprir o isolamento social à risca. “Aqui a gente até esquece do coronavírus”, diz.

Flora não tem contato nem com os vizinhos e só sai para o estritamente necessário. “A gente nem sente vontade de ir para a cidade”.

Dona Olímpia Pires de Carvalho, 70 anos, conta que não sai de casa há três meses. “Aqui a gente se sente segura, ninguém vem aqui mesmo. Antes o pessoal costumava alugar chácara para fazer festas, agora nem isso”.

Francisco Roberto Queiroz, 57 anos, é eletricista e foi ao bairro para prestar um serviço. Ficou admirado com pouco movimento. “Aqui nessa chácara tem um campo de futebol e você percebe que até o campo está abandonado”.

Rotina é a do campo, cada um no seu pedacinho de terra (Foto: Kísie Ainoã)
Rotina é a do campo, cada um no seu pedacinho de terra (Foto: Kísie Ainoã)

Sigilo - Com a tecnologia, seria possível cravar no mapa o imóvel de cada pessoa testada e o respectivo resultado, mas por questão de segurança, a opção foi por um “mapa de calor”, que mostra a distribuição dos casos pelos bairros, mantendo o endereço em sigilo.

O Sisgran-Coronavírus (Sistema Municipal de Indicadores) foi desenvolvido pela Coordenadoria de Tecnologia da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), setor de geoestatística da Planurb e de geoprocessamento da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Para acessar o mapa, clique aqui.

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