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Capital

Na última rua do Jardim Canguru, enxurrada leva lama e lixo aos barracos

Um dia depois do temporal, moradores da Rua Betóia ainda se ocupam da limpeza das casas e reclamam de quem joga lixo na via

Silvia Frias e Clayton Neves | 21/02/2020 15:37
Na última rua do Jardim Canguru, enxurrada leva lama e lixo aos barracos
Em um dos barracos, moradores ainda tiram a lama da chuva de ontem (Foto: Kisie Ainoã)

Para quem mora na Rua Betóia, no Jardim Canguru, quando as primeiras nuvens carregadas se aproximam é o alerta de que a tormenta não vai durar apenas o tempo da chuva: depois, vai ser a hora de ver o que sobrou quando a enxurrada passar.

“Quando tempo vira, a gente já dá um jeito de se preparar, fazer alguma coisa para evitar o pior”, disse Eudson Guilherme de Lima, 25 anos. Ele e a esposa, Normeide Camargo Alonso, 31 anos, voltaram ontem à tarde da maternidade com o 5º filho, somente a tempo de chegar em casa, fechar a porta, a chuva começar e a água invadir a casa.

A rua é a última do Jardim Canguru, onde vários barracos foram erguidos. Por conta do nível baixo da via, a lama invade as casas improvisadas, antes de cair no córrego Lageado. A situação é agravada pela montanha de lixo que é jogada no meio da rua: restos de construção, móveis e árvores que são levados que, segundo eles, por residentes dos bairros como Mário Covas e Paulo Coelho.

Na última rua do Jardim Canguru, enxurrada leva lama e lixo aos barracos
Eudson mostra onde estava a cerca, levada na chuva (Foto: Kisie Ainoã)
Na última rua do Jardim Canguru, enxurrada leva lama e lixo aos barracos
Lama levada pela enxurrada parou perto do muro (Foto: Kisie Ainoã)

Ontem, Normeide até filmou a enxurrada que arrastou um dos móveis jogados como lixo na rua. “A gente briga, tenta falar para não jogar lixo, fala que vai denunciar, mas não adianta”, explica Eudes. Há alguns dias, a construtora que está erguendo prédio na região cedeu patrola para a limpeza, mas o serviço não durou nem três dias. “Já juntou lixo de novo”.

Mesmo morando em uma parte mais alta da via e morando em casa de alvenaria, Leidiane Pereira da Silva, 25 anos, não ficou imune à enxurrada. Morando na região há sete anos, conseguiu sair do barraco para peça construída, com ajuda da sogra e da mãe, porque não aguentava mais “perder tudo na chuva”, listando guarda-roupa, armário e cama destruídos. A geladeira, apesar de enferrujada, ainda está funcionando.

Mãe de quatro filhos e grávida de mais um, diz que já viu criança ser levada na enxurrada, mas que conseguiu ser salva. “Meu medo é pelas crianças”.

O temporal de ontem em Campo Grande causou algamentos em vários bairros da cidade. Segundo serviço de meteorologia, foram registrados 73,2 milímetros, 42% do esperado para o período, que é de 174,20 mm.

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