ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 26º

Capital

“Não sou esse monstro”, diz assassino confesso de menina de 11 anos

Maykon Araujo Pereira, 31 anos, nega estupro e disse que "só passou a mão" na criança

Anahi Zurutuza e Dayene Paz | 12/12/2022 19:01
Maykon Araujo Pereira, 31 anos, ao sair da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde foi interrogado na tarde desta segunda-feira. (Foto: Paulo Francis)
Maykon Araujo Pereira, 31 anos, ao sair da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), onde foi interrogado na tarde desta segunda-feira. (Foto: Paulo Francis)

Maykon Araujo Pereira, 31 anos, que confessou ter assassinado menina de 11 anos, na noite deste domingo (11), no Bairro Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande, disse à polícia que bebeu demais e não sabe o que aconteceu com ele para violentar a menina até a morte. “Não sou esse monstro. Peço perdão a Deus”, disse em interrogatório.

Preso no início da tarde desta segunda-feira (12), por policiais do GOI (Grupo de Operações e Investigações) e da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), ele decidiu responder às perguntas do delegado Roberto Carlos Morgado Pires sem a presença de um advogado. Nega que tinha estuprado a menina, afirmando que “apenas passou a mão” na criança.

O assassino confesso contou que saiu de casa por volta das 11h30 de domingo e foi para bar. No caminho, teria se encontrado com a mãe da vítima, que o convidou para ir até a casa dela “mais tarde”.

Ele era cliente da mulher de 39 anos e afirma que pagou para fazer programas sexuais com ela por seis vezes. Contou ainda que já havia ido até a casa da mãe da menina em outra ocasião para usar drogas e disse que conhecia a garotinha porque sempre que chegava à residência, ela saía com os irmãos para que a mãe pudesse fazer sexo com ele.

Ainda no interrogatório, disse não se lembrar que horas chegou a casa onde cometeu o crime. Havia bebido muito e decidiu entrar pelos fundos do imóvel, porque “a porta estava aberta”.

Narra ainda que a criança se assustou e começou a gritar. Segundo ele, por isso, deu um soco no rosto da menina, ela caiu e continuou gritando. “Bati nela”.

Maykon nega que tenha usado algum objeto para machucar a garota. “Não sei o que passou pela minha cabeça para colocar a mão nela”, disse afirmando que violentou a criança “só na parte da frente”.

O acusado disse que trabalha como serígrafo (na área da construção civil), que acorda todos os dias às 5h e justificou que lavou as roupas que usava quando matou a garotinha porque precisava usá-las para trabalhar. Disse que as roupas estavam sujas de barro e que se molhou durante chuva. Ele autorizou a coleta de seu material genético para colaborar com a investigação.

Depoimento – A mãe da menina admitiu para a polícia que se prostituía, mas negou que atendesse clientes em casa. Também confirmou que o corredor e os fundos da casa eram usados como biqueira, para consumo de drogas, mas nega que faça uso de entorpecentes.

Ela contou ainda que passou a tarde em bar e que foi para casa com homem que conheceu no estabelecimento, para os dois “ficarem juntos”. Quando chegou, encontrou a porta da frente trancada com o cadeado para fora, mas a porta dos fundos entreaberta. Para fechar o acesso, a mãe usava uma máquina de lavar como peso.

A mulher viu a filha caída na cozinha, sobre uma poça de sangue e com o rosto muito machucado. A criança estava com o vestido levantado até a cintura e sem calcinha. Desesperada, ela começou a gritar que a filha havia sido estuprada e assassinada. Vizinhos ajudaram a chamar o socorro.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e tentou manobras para que a menina recobrasse os sentidos, mas ela já estava morta. A mãe visivelmente alcoolizada foi presa por abandono de incapaz, porque havia deixado a menina de 11 anos responsável pelos outros dois filhos, um menino de 3 anos e um bebê de menos de 1 ano. As crianças foram levadas para abrigo.

Nos siga no Google Notícias